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Estado de Minas

Janet Yellen, presidente do Fed, defende 'continuidade' da política monetária dos EUA


postado em 11/02/2014 19:49

A nova presidente do Federal Reserve norte-americano (Fed), Janet Yellen, defendeu nesta terça-feira a continuidade da política monetária, ao destacar que a recuperação do mercado de trabalho permanece incompleta. "Espero em grande parte uma continuidade da política monetária", disse diante de um comitê do Congresso em sua primeira declaração pública à frente do banco central.

"Trabalhei no comitê (FOMC) enquanto se formulava nossa atual política estratégica e apoio fortemente essa estratégia", declarou a nova presidente da Fed. Yellen destacou que o Fed espera que a economia norte-americana registre um crescimento "moderado" no período 2014-2015, com uma inflação controlada e descarta uma influência significativa das turbulências nos mercados emergentes, algumas das quais originadas pelas próprias políticas do Fed de redução de estímulos.

A recente volatilidade no mundo "não significa um risco substancial à economia norte-americana", considera Yellen, acrescentando que "observa atentamente" a situação. Em plena tempestade sobre os mercados financeiros, o Fed havia provocado reações de alguns especialistas, por omitir qualquer referência à situação dos países emergentes, em sua última reunião de política monetária realizada no final de janeiro.

Diante da fuga de capitais de seus mercados financeiros, Brasil, Índia e Turquia entre outros, viram suas moedas despencarem e enfrentaram riscos para a estabilidade de suas economias e o financiamento de suas empresas. Yellen, que assumiu o cargo dia 3 de fevereiro, afirmou também que o Fed continuará "provavelmente reduzindo a compra de ativos". A instituição começou em janeiro a reduzir a injeção de liquidez no mercado financeiro a 65 bilhões de dólares por mês diante de uma relativa recuperação econômica.

"A recuperação do mercado de emprego está longe de estar completa", alertou. Fazendo alusão ao alto número de desempregados de longa data e ao alto número de pessoas que trabalham em tempo parcial, Yellen sugeriu que o FOMC não começará a ajustar ou aumentar sua taxa básica de juro, atualmente em 0-0,25%, mesmo que o nível de desemprego caia a 6,5%.

Reduzir esse objetivo "não desencadeará automaticamente um aumento da taxa do fundo federal", antecipa. Por outro lado, este fator só indicará que "será o momento apropriado" para que o FOMC considere se o crescimento geral da economia justifica um aumento da taxa. Yellen também destacou que as pressões inflacionárias são fracas e sugeriu que os riscos de deflação são escassos.

Embora a taxa inflacionária seja somente de 1%, longe do objetivo do FOMC de 2%, disse que a recente fragilidade é provavelmente transitória, em grande parte, provocada pela queda dos preços do petróleo e outras importações. Contudo, Yellen alertou ao Congresso que a política monetária não é o remédio para sustentar a atividade econômica e pediu ao Congresso para agir. "Tentamos fazer o que podemos com a política monetária para sustentar uma recuperação econômica mais rápida", mas "a política monetária não é uma panaceia", alertou.

"Acredito que é muito oportuno que o Congresso considere outras medidas" para reduzir o desemprego, disse a presidente do Fed, acrescentando que as dificuldades econômicas "levaram a um crescimento quase nulo dos salários", para as rendas baixas e médias. "Observamos um aumento das desigualdades", acrescentou Yellen, insistindo na necessidade de melhorar a formação.

Analistas receberam com cautela a mensagem de Yellen sobre a continuação da política monetária do Fed. "Sua declaração foi, na realidade, uma versão ampliada do último comunicado do FOMC, não há novos sinais", disse Jim O'Sullivan, chefe de economistas da High Frequency Economics. "Em resumo, os últimos dados e fatos não mudaram os planos do Fed". Isso mostra "uma suave transição em relação à era Bernanke", disse o especialista, se referindo ao antecessor de Yellen, Ben Bernanke.


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