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Estado de Minas

Petroleiros param contra privatização

Governo convoca Exército para garantir leilão do Campo de Libra, marcado para segunda-feira. Protestos devem crescer


postado em 18/10/2013 06:00 / atualizado em 18/10/2013 07:29

Empregados da Petrobras iniciaram, na madrugada de ontem, greve geral que prejudicou a atividade em plataformas, refinarias, terminais portuários e sedes administrativas da estatal em todo o país. A paralisação, liderada pela Frente Única dos Petroleiros (FUP), exige o cancelamento do leilão do Campo de Libra, na Bacia de Santos (RJ), marcado para a próxima segunda-feira. A primeira licitação do pré-sal dentro das novas regras de partilha testa a capacidade do governo de atrair recursos para investimentos diretos, com impactos positivos nas contas da União e do país. A estimativa divulgada ontem pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) é de que Libra produza até 1,4 milhão de barris por dia em 15 anos.

A FUP e os seus sindicatos associados reivindicam ainda reajuste salarial de 12,5%, com ganho real de 5%, além da retirada da tramitação no Congresso do Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização de mão de obra. A Petrobras propôs aumento de 7,68%, sendo 1,5% além da inflação, oferecida em assembleia de trabalhadores.

A adesão à greve na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Grande Belo Horizonte, foi de 80% do pessoal que trabalha em sistema de turno a partir das 7h30, de 30% dos trabalhadores da administração e de 60% na área de manutenção, segundo balanço feito pelo sindicato local dos petroleiros. O coordenador da entidade, Leopoldino Martins, estimou que 340 dos 1.200 empregados da refinaria cruzaram os braços no primeiro dia da paralisação. Os manifestantes retornam aos portões de entrada da refinaria hoje, às 7h .

“Queremos que a Petrobras tenha o controle da exploração do Campo de Libra e contrate equipamentos e sondas de conteúdo nacional, fortalecendo a indústria que gera empregos no Brasil”, disse Leopoldino Martins, também diretor da FUP. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o leilão está mantido, apesar das manifestações dos petroleiros. "O leilão está posto e será realizado", disse, durante cerimônia para divulgação de balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacou que o investimento estimado pelo governo em Libra é US$ 181 bilhões, em 35 anos, sendo US$ 80 bilhões a partir de 2014. A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, também descartou qualquer risco de adiamento do certame, com 11 participantes, acrescentando que haverá forte esquema de segurança. A pedido do governo do Rio, presidente Dilma Rousseff convocou ontem o Exército para garantir a realização do leilão.

“A greve atingiu seus objetivos, com a forte participação de petroleiros em todos os estados. Resta agora aguardar um retorno do governo e da Petrobras", disse João Antônio Moraes, coordenador-geral da FUP. Segundo a entidade, filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), foram paralisadas por completo 15 das 39 plataformas na Bacia de Campos (RJ) cujo pessoal aderiu. Esses locais respondem por 80% da produção de petróleo e gás da estatal. A greve contou também com manifestações públicas em diferentes cidades, apoiados por movimentos sociais.

No fim da tarde, petroleiros fizeram uma passeata pelo centro do Rio de Janeiro. A FUP informa que mais nove refinarias tiveram atividades afetadas pelo movimento, além de uma fábrica de fertilizantes, usinas termelétricas e poços de exploração em terra. Em nota, a Petrobras informou ter tomado providências para garantir o abastecimento do mercado, sem "qualquer prejuízo dàs atividades da empresa", acrescentando que não emitiria opinião sobre os motivos da greve. A estatal afirmou "estar aberta" a negociação.


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