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Estado de Minas 1º DE OUTUBRO, DIA DO IDOSO

Envelhecimento da população é desafio para empresas brasileiras, diz PwC e FGV

Em 2040, 57% da força de trabalho será composta por profissionais com mais de 45 anos


postado em 01/10/2013 15:37 / atualizado em 01/10/2013 17:25

O Dia do Idoso é comemorado nesta terça-feira em todo o Brasil. Vitalidade, tempo e dinheiro para gastar são características do atual perfil do consumidor idoso brasileiro, um mercado formado por 22,3 milhões acima de 65 anos, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Os dados ainda revelam que sete em cada dez aposentados têm renda garantida pela Previdência Social, representando volume mensal de R$ 28,5 bilhões, montante suficiente para estimular diversas empresas a readaptarem os negócios para apostarem nesse público crescente e incluí-lo no mercado de trabalho.

As mudanças demográficas das últimas décadas resultam ainda em uma perspectiva de rápido envelhecimento da força de trabalho brasileira, e geram um desafio em relação ao problema da disponibilidade de profissionais qualificados para as empresas. Conforme o estudo "Envelhecimento da Força de Trabalho no Brasil", realizado em parceria entre a PwC e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).


A retenção desses profissionais no mercado é necessária não apenas por questões relacionadas ao equilíbrio das contas da previdência, mas como alternativa para escassez de mão de obra especializada e à sustentação do crescimento econômico.“Não há base científica que comprove a redução da produtividade do profissional mais velho. O que precisa é de uma gestão capaz de aproveitar o que esse profissional tem de melhor, que é experiência e conhecimento”, aponta o sócio da PwC Brasil e líder de Gestão do Capital Humano, João Lins, que também coordena a pesquisa em parceira com a Professora Maria José Tonelli da FGV-EAESP.

“A mudança demográfica no Brasil é um dado concreto e não há como ignorar seus efeitos no mercado de trabalho. Já na próxima década será possível perceber esse novo desenho mais claramente”, explica o sócio da PwC Brasil e líder de Gestão do Capital Humano, João Lins.

Contudo, dentre as empresas pesquisadas, 63% não enxergam que a força de trabalho mais velha é uma alternativa para a escassez de talento, mesmo em um contexto no qual metade dos CEOs do Brasil - 42% - afirma que já deixou de aproveitar uma oportunidade de mercado ou precisou atrasar ou cancelar uma iniciativa estratégica porque a empresa não dispunha de talentos necessários para o empreendimento.

Essa visão se reflete na ausência de práticas para atrair e reter profissionais mais velhos nas equipes de trabalho: 56% declaram não possuir campanhas específicas para contratação de trabalhadores nesta faixa de idade e em 58% das firmas a idade ainda é um fator relevante para definição dos candidatos. Portanto, indíviduos mais jovens podem ter vantagem sobre os mais velhos na hora da contração.“No Brasil, se fala muito em Geração Y, mas não sobre o envelhecimento dessa geração”, alerta a uma das coordenadoras da pesquisa, a vice-diretora da Eaesp, Maria José Tonelli.

(foto: Reprodução da internet/Sxc.hu)
(foto: Reprodução da internet/Sxc.hu)
Contratação desses profissionais

Ainda segundo o estudo da PwC e da FGV, para 94% das empresas, o lado mais positivo da contratação de tais profissionais é a transmissão de experiência e conhecimentos úteis para os mais jovens. Porém, para que isso se concretize no dia-a-dia corporativo, algumas práticas devem ser adotadas pelas equipes. Exemplos de tais medidas seriam atividades de treinamento e desenvolvimento envolvendo diferentes faixas etárias (inexistentes em 45% das empresas) e programas de mentoring (não adotados em 50% das organizações).

Dados da pesquisa revelam ainda que maiores de 60 anos são reconhecidos como mais equilibrados emocionalmente por 96% dos entrevistados, além de serem considerados os melhores em solucionar problemas por 86%. É preciso que as empresas repensem seus modelos de carreira de forma a aproveitar o melhor desses profissionais.

A falta de oportunidades de carreira é ocasionada, em parte, pela proximidade da aposentadoria. Grande parte da empresas (63%) entende que profissionais mais velhos já estão acomodados em decorrência da proximidade da aposentadoria. Porém, segundo a pesquisaAge discrimination: What employers need to know da American Association of Retired Persons (AARP), 80% dos profissionais da geração Baby Boomers esperam e desejam manterem-se ativos no mercado de trabalho durante a aposentadoria. Junto com a experiência e lealdade, esperam trabalhar em condições que lhes permita autonomia e flexibilidade, com jornadas de trabalho reduzidas e opção de home office.

Estudo da PwC e FGV

O relatório foi elaborado em parceria com aEAESP- FGV e o apoio FIESP, SESI e Amcham, com base em respostas coletadas no período de novembro de 2012 a janeiro de 2013 em 108 companhias. Dentre as empresas participantes, 70% eram de origem nacional. O escopo abrangeu diversos setores de atuação, sendo 21% do setor industrial, 20% de prestação de serviços e 16% de energia, mineração e serviços de utilidade pública. Das companhias entrevistadas,36% eram de grande porte, com faturamento superior a R$ 300 milhões por ano.


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