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Estado de Minas 5 ANOS DE CRISE

Veja as cidades mineiras que prosperaram na tormenta

Alguns municípios mineiros passam ilesos à tormenta que revirou a economia depois da quebra do Lehman Brothers


postado em 16/09/2013 00:12 / atualizado em 16/09/2013 07:28

Por causa de interesses de empresas, a prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo, abriu dois distritos industriais (foto: Paulo Henrique Lobato/EM/D.A. Press )
Por causa de interesses de empresas, a prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo, abriu dois distritos industriais (foto: Paulo Henrique Lobato/EM/D.A. Press )

São Gonçalo do Rio Abaixo – Há seis meses, Paulo Assis deixou o emprego em Ipatinga, no Vale do Aço, e se mudou para São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central, onde realizou o sonho de montar o próprio negócio, a Malícia Modas, uma pequena loja de roupas e acessórios. Seis meses antes, Luiz Flávio Tomaz, que morava em Itabira, também percebeu a oportunidade de abrir um estabelecimento e fundou o restaurante Poizé, que emprega sete pessoas também em São Gonçalo do Rio Abaixo. A decisão deles de ganhar a vida na nova cidade se deve à economia do lugar, que vai de vento em popa: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita subiu de R$ 27 mil em 2006 para R$ 144,7 mil em 2010.

Já a cidade em que Paulo nasceu, Ipatinga, ainda não se recuperou das turbulências da atual recessão econômica mundial, cujo marco é a quebra do banco americano Lehman Brothers, ocorrida em 15 de setembro de 2008. Lá, por exemplo, o saldo entre admitidos e demitidos pelos setores pesquisados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de janeiro a julho, ficou negativo em 91 dispensas. No acumulado dos 12 meses do ano passado, a estatística foi pior: 2,6 mil dispensas. Em Itabira, município em que Luiz

Paulo Assis mudou de cidade para abrir o próprio negócio: sonho realizado(foto: Paulo Henrique Lobato/EM/D.A. Press )
Paulo Assis mudou de cidade para abrir o próprio negócio: sonho realizado (foto: Paulo Henrique Lobato/EM/D.A. Press )
Flávio nasceu, o emprego também fechou o primeiro semestre no vermelho, com 493 baixas.
Cidades cuja economia estão na contramão da recessão mundial é o tema do segundo dia da série que o EM publica desde ontem. Em São Gonçalo, os novos ventos começaram com a abertura da mina Brucutu, da Vale, em 2006. O complexo, que recebeu aporte de US$ 1,1 bilhão, tem capacidade nominal de 30 milhões de toneladas anuais e gerou 2 mil vagas de emprego. O salto na economia do município, que até a abertura da mina vivia do agronegócio, atraiu grandes investimentos. A rede hoteleira Bristol, por exemplo, investe R$ 8,5 milhões na construção de uma unidade ali. E o interesse de grandes empresas na cidade levou a prefeitura a construir dois distritos industriais.

Mas é bom enfatizar que os pequenos e médios negócios, no embalo das grandes empresas, também ajudam a fomentar a economia desses municípios. Luiz Flávio abriu sete postos de trabalho com o Poizé. “Arrendei outro espaço, aqui perto, para inaugurar uma churrascaria, que vai gerar 15 vagas”. Já Paulo Assis conta apenas com o próprio esforço e o da mulher, Janda. Ele aproveitou a lei do empreendedor individual, criado pelo Projeto de Lei Complementar (PLC) 128/08 e em vigor desde julho de 2009, para realizar o sonho de ter o próprio negócio. Apenas para recordar: o empreendedor individual foi criado com objetivo de reduzir a informalidade por meio de várias vantagens oferecidas pelo poder público, como a possibilidade de aposentadoria, auxílio maternidade e doença. As contrapartidas exigidas pelo governo são o faturamento máximo de R$ 60 mil anuais e pagamento de um valor em torno de R$ 40.

Segundo o último balanço divulgado pelo Sebrae, entidade que ajuda a fomentar a categoria, o Brasil já conta com 3,3 milhões de empreendedores individuais. Desses, 114 estão em São Gonçalo do Rio Abaixo. O número pode parecer baixo, mas não é: o total de empreendedores individuais no município é maior do que o de 489 cidades mineiras.

POTÊNCIAS DO SUL Em Extrema, no Sul de Minas, a economia também vai muito bem. A cidade abriu 2,1 mil empregos no primeiro semestre. Para lá, já migraram a Panasonic, inaugurada em 2012, e duas fabricantes de chocolates, a Barry Ccallebaut e a Kopenhagen.

Também no Sul do estado, Pouso Alegre colhe bons frutos: o município sediará uma unidade da chinesa XCMG (Xuzhou Construction Machinery Group), a 10ª maior montadora de máquinas pesadas para a construção civil do mundo. Outras que assinaram protocolo para operar na cidade são a Restoque, de confecção feminina, e a Engemetal, do ramo de estruturas metálicas.


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