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Estado de Minas

Agropecuária puxa expansão econômica no segundo trimestre

Indústria e serviços também contribuíram para aceleração do PIB


postado em 31/08/2013 07:02 / atualizado em 31/08/2013 07:55

(foto: Sergio Zacchi/Divulgação)
(foto: Sergio Zacchi/Divulgação)

Brasília – O crescimento da economia brasileira no segundo trimestre foi generalizado, com todos os setores registrando avanço. Mais uma vez, o agronegócio brasileiro foi o destaque do Produto Interno Bruto (PIB) de abril a junho. O setor cresceu 3,9% em comparação com o primeiro trimestre e 13% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas a indústria e o setor de serviços também cresceram no trimestre passado (2% e 0,8%, respectivamente) sobre o primeiro e contribuíram para o forte desempenho da atividade econômica no período, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


O otimismo dos produtores rurais, que aumentaram a produtividade da soja em 23,7% e do milho em 12,2% e também das áreas plantadas, que cresceram 10,8% e 3,9%, respectivamente, explica o desempenho do agronegócio. Apesar dos resultados positivos dentro das fazendas, os gargalos de infraestrutura e logística do lado de fora da porteira impedem maior crescimento. Na avaliação do diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) Ingo Plöger, o crescimento do agronegócio no segundo trimestre superou as expectativas da entidade. Conforme ele, três fatores contribuíram positivamente para o resultado: a safra recorde de grãos, aumento de produtividade nas lavouras e manutenção de preços de commodities em patamares elevados. Plöger explicou que com o valor das sacas em alta mesmo em períodos de sazonalidade, o mercado sinaliza que manterá a demanda acentuada mesmo com a elevação da oferta dos produtos brasileiros.

Mais otimista, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) estima que o agropecuária crescerá até 18% em 2013. A entidade avalia que essa alta compensará as perdas ocorridas em 2012 com problemas climáticos, sobretudo no sul do país. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento destaca o papel do agronegócio na balança comercial. As vendas para o exterior de janeiro a junho somaram US$ 49,57 bilhões, alta de 10,7% em relação a mesmo período de 2012. Em valor, os principais produtos são os do complexo soja (US$ 17,3 bilhões), de carnes (US$ 8,13 bilhões) e do complexo sucroalcooleiro (US$ 6,2 bilhões).

Nas fábricas Embora com expansão menor que o campo, a indústria se destacou no segundo trimestre. O avanço foi de 2% em relação aos três primeiros meses do ano, superior à média da economia, de 1,5%. Embora esse desempenho tenha ficado aquém dos 3,9% da agricultura, é importante lembrar que a participação das empresas industriais no PIB é de 13,5%, mais do que o dobro da fatia de 5,5% que detém o campo. Para Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global, o aquecimento nas linhas de produção se deve sobretudo à recomposição de estoques, que estavam muito baixos. Ele chamou atenção para o fato de que, nos últimos anos, a indústria teve desempenho bastante frustrante. “Mesmo com a alta do segundo trimestre, a indústria não recuperou os patamares anteriores ao início da crise”, apontou.

O economista Rafael Bacciotti, da Consultoria Tendências, ressaltou que muitos dos setores industriais com maior crescimento são aqueles que contaram com algum tipo de incentivos do governo, como o de máquinas e equipamentos, com acesso a programas especiais de financiamento, e o automotivo, que contou com desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), até uma parte do período analisado. “A indústria está bem melhor do que no ano passado. Mas as incertezas na economia não permitem dizer que o desempenho vai continuar nesse ritmo", comentou Bacciotti.

A indústria de transformação puxou a alta, com 4,6% de expansão sobre o 2º trimestre de 2012. Mas a extrativa teve queda, de 3,9% nessa base de comparação. Carlos Nogueira, secretário de Mineração do Ministério de Minas e Energia, atribui o mau desempenho do setor à conjuntura externa adversa. "A retração do crédito e a aversão internacional ao risco contribuíram para a queda no ritmo dos investimentos do setor", observou.

Serviços O setor de serviços também foi um dos responsáveis pelo crescimento do PIB. No segundo trimestre, movimentou R$ 689,8 bilhões e registrou incremento de 0,8% na comparação com o trimestre anterior. O destaque ficou por conta do comércio, com avanço de 1,7%, intermediação financeira e seguros (1,11%) e transporte, armazenagem e correio (1%). No confronto com o segundo trimestre de 2012, a alta dos serviços foi de 2,4%. E nos últimos 12 meses, subiu 1,9%. Os dados do PIB são bons e a conjuntura sinaliza que o setor de serviços vai ter uma, embora tímida, melhora até o fim do ano e mesmo em 2014, na análise de Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC).


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