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Estado de Minas

Entre os nove principais investimentos no Brasil em 2013, a maioria perdeu dinheiro

Dois terços obtiveram rendimento negativo. Objetivo agora é proteger recursos


postado em 28/06/2013 06:00 / atualizado em 28/06/2013 06:47

Nos últimos seis meses, entre os nove principais investimentos do país, seis registraram rendimentos negativos. O pior desempenho foi o da bolsa de valores, que acumulou queda de 23,97% desde o início de janeiro, seguido do ouro, com recuo de 16,89%. Nesse intervalo, o rendimento real médio do CDB foi de 0,28% e o dos fundos DI de 0,33%. Os dois perderam feio para a rentabilidade dos fundos cambiais, que são remunerados ao sabor do dólar e renderam 6,47% acima da inflação. O levantamento foi feito pelo professor e consultor de finanças Paulo Vieira, a pedido do Estado de Minas. As informações foram colhidas junto à Associação Brasileira das Entidades de Mercado Financeiro e Capitais (Anbima), Cetip, Bovespa, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Fundação Getulio Vargas (FGV).

Diante dos números pífios, e do fato de que o único investimento que teve rendimentos dignos de nota – o dólar – ser uma opção que pouca gente ousa seguir, por sua instabilidade, Vieira afirma que está cada vez mais difícil fazer um planejamento financeiro, principalmente no caso das empresas. “As coisas estão acontecendo de forma imprevista e muito rápida por causa do cenário de instabilidade no país e no mercado externo”, observa. Para ele, em matéria de aplicações financeiras, os brasileiros estão voltando aos primórdios, quando o objetivo principal dos investimentos era, primeiro, proteger o dinheiro, e só depois obter ganhos.

Nos últimos seis meses, as pessoas que deixaram o seu dinheiro na poupança antiga registraram rendimento nominal de 3,04%, mas, descontada a inflação, o rendimento real ficou negativo em 0,17%. A poupança nova rendeu nominalmente 2,55% e teve ganho real negativo de 0,64%. Isso quer dizer que uma pessoa que depositou R$ 1.000 em janeiro hoje tem o equivalente a R$ 993,60 na caderneta nova. No caso dos fundos DI, quem depositou a mesma quantia no início do ano agora tem o equivalente a R$ 1.003,30 na aplicação. Por outro lado, os fundos de ações renderam 11,42% e os de renda fixa 0,23%.

Para Mara Luquet, escritora e especialista em finanças pessoais, o acontecimento mais importante da economia brasileira no período foi a elevação dos juros nos últimos seis meses, o que provocou perdas em ativos pré-fixados em renda fixa e também em ações na bolsa de valores. “O custo do dinheiro subiu”, explica. A taxa básica de juros da economia (Selic) saiu de 7,25% ao ano em janeiro para 7,50% em abril e 8,50% em maio, e deve continuar a subir.

Para Walter Mendes, sócio da Cultinvest, o Brasil tem uma economia forte, mas passa por um momento delicado, com inflação em alta, crescimento baixo, déficits público e em conta- corrente em crescimento. Por outro lado, a economia americana voltou a crescer e existe um fluxo de investimentos saindo dos mercados emergentes em direção à terra do Tio Sam. “A bolsa vem caindo há algum tempo e recuou muito este ano. Por isso, a princípio, este pode ser um bom momento para investir em algumas ações que estão desvalorizadas”, orienta.

Na avaliação do consultor de finanças pessoais do Itaú e professor da Universidade Federal de Santa Catarina Jurandir Cell Macedo, porém, não dá para decidir investimentos com base no que aconteceu no passado. “Fazer isso é um erro grave. O melhor investimento é aquele que é mais adequado ao objetivo de cada um”, ensina.


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