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Estado de Minas

Crise reduz valor das gigantes da mineração


postado em 20/06/2013 00:12 / atualizado em 20/06/2013 07:31

Se as indefinições em torno do novo marco regulatório da mineração no Brasil já emperravam investimentos do setor, a nova ameaça agora vem das próprias empresas, envolvidas num ambiente de queda geral de suas ações no mundo. A venda dos papéis da gigante brasileira Vale abaixo do valor patrimonial da companhia, aquele que reflete todo o dinheiro investido pelos sócios, não é exceção. De janeiro a abril, as 40 maiores companhias mineradoras do planeta perderam quase 20% do valor de suas ações, de acordo com estudo feito pela consultoria PricewaterhouseCoopers Contadores Públicos (PwC), divulgado ontem, em Belo Horizonte.

Com base em avaliação dos balanços apresentados no período, o relatório “Mine 2013 – A confidence crisis” identifica uma crise de confiança enfrentada pela indústria da mineração, em meio à redução dos preços das chamadas commodities minerais (produtos com preços cotados no mercado internacional) e as incertezas sobre a rentabilidade e o controle dos custos dos projetos. Das 40 mineradoras avaliadas, 37 tiveram perda de valor de mercado e não foi à toa que as cinco maiores trocaram seus principais executivos, destacou o sócio da PwC responsável pela área de mineração, Ronaldo Valiño. “As empresas estão revendo o retorno das suas operações e a lucratividade dos projetos, avaliam onde e como reduzir os custos e obter mais produtividade”, afirma.

Para aquelas mineradoras que estão conduzindo projetos de expansão, a dificuldade de captar recursos tende a atrasar os cronogramas de investimentos, para o especialista da PwC. Em Minas Gerais, empresas como a multinacional AngloAmerican e a MMX, do bilionário Eike Batista, admitiram que foi necessário colocar um freio na implantação de seus empreendimentos, respectivamente, em Conceição do Mato Dentro e na Serra Azul de Minas. Na seleção de projetos mais rentáveis, o estado, que é tradicional fornecedor de minérios ao exterior, tem a vantagem de contar com infraestrutura de escoamento já implementada no Quadrilátero Ferrífero, rica porção mineral da Região Central de Minas.

Carro-chefe da mineração, o peso do minério de ferro, que passa pelo ciclo de baixa de preços, aumentou de 20% em 2007 para 37% no ano passado a sua participação no faturamento das empresas e as cotações da matéria-prima devem continuar volatéis, segundo Ronaldo Valiño. Os preços só devem mostrar melhora em 2014, diante das expectativas de crescimento menor da China, locomotiva do consumo mundial, neste ano.

“Os investidores vão aguardar a reação das mineradoras com as mudanças de comando, o resultado dos planos de redução de custos e como elas vão manejar os recursos disponíveis em projetos mais lucrativos”, afirma o consultor da PwC. Desse movimento depende a recuperação da confiança no setor.


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