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Estado de Minas DE DOMINGO A DOMINGO

Comerciantes tradicionais de BH atendem todos os dias e colhem bons resultados

"Fechamos no mesmo horário que shoppings, mas abrimos antes", diz empresário


postado em 01/06/2013 06:00 / atualizado em 01/06/2013 07:54

Armando Guimarães e a ajudante Márcia: satisfeitos com o vaivém de clientes(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Armando Guimarães e a ajudante Márcia: satisfeitos com o vaivém de clientes (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O empresário Luciano Costa Almeida e Silva, sócio da Roça & Cia., especializada em iguarias do interior de Minas; o comerciante Armando Guimarães, proprietário do Bola de Ouro, uma mercearia que vende também produtos elétricos; e o empreendedor José Aparecido Gomes, dono do Leblon, o bar mais antigo de Belo Horizonte, comemoram uma clientela que não para de crescer. A receita que garante ao trio alta nas vendas não se deve apenas ao aumento do poder aquisitivo do brasileiro e ao baixo índice de desemprego na capital. Os três adotaram duas estratégias incomuns à maioria dos lojistas da cidade: abrem as portas de domingo a domingo. E mais: fecham as portas tarde da noite.


A Roça & Cia., por exemplo, funciona das 8h às 22h. "Fechamos no mesmo horário que os shoppings, mas abrimos antes (os grandes centros comerciais, tradicionalmente, abrem às 10h). E trabalhamos todos os dias, inclusive em datas como o Natal. Aos domingos, porém, estamos disponíveis por meio horário", conta Luciano, que abriu o estabelecimento com a irmã, Cláudia, há 24 anos, na Rua Pouso Alegre, no tradicional Bairro Floresta, na Região Leste. A família veio do pacato município de Dom Joaquim, na Região Central, onde o pai era fazendeiro.

"No início, íamos ao interior buscar os produtos para vendê-los aqui. Agora, os fornecedores é que vêm até nós", acrescentou o comerciante. A julgar pela diversidade das mercadorias, os irmãos têm vários fornecedores. Lá, há queijo canastra, doce de leite, biscoitos, goiabada em lata, rapadura, mel, ovos… Entre as prateleiras e o balcão, quatro funcionários ajudam Luciano e Cláudio a atender a clientela. Um dos fregueses da dupla é José Aparecido, o dono do bar mais antigo de BH, fundado em 1926. O local não é um bar qualquer. O estabelecimento reserva uma ala para mercearia.

O Leblon foi inaugurado por Antônio Cezário da Rocha, já falecido. Em 2010, os filhos dele decidiram vender o estabelecimento, que funciona na esquina da Pouso Alegre com a Bressane. A compra foi feita por José Aparecido, que havia chegado de Nova York (EUA), onde tinha morado os últimos cinco anos. Lá, ele trabalhou na construção civil, e depois de juntar dinheiro, optou por voltar a BH, onde havia deixado mulher e filha. "Quis ser dono do próprio negócio. Abro às 6h e fecho às 23h. Trabalho de domingo e a domingo. Pretendo ampliar o bar-mercearia, pois a região é boa para esse tipo de comércio", adianta o empreendedor.

José Aparecido, do Bar Leblon, quer até ampliar a área da mercearia(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
José Aparecido, do Bar Leblon, quer até ampliar a área da mercearia (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
A estufa de seu estabelecimento tem sempre diversas opções de tira-gosto, como carne cozida e torresmo de barriga. "Servimos também almoço, de 50 a 70 pratos diariamente", propagandeia José, que ainda organiza um churrasco no local como forma de atrair mais clientes. A carne assada, que puxa o aumento nas vendas de cerveja e outras bebidas, ocorre aos sábados. Dizem que a mercearia-bar fica lotada. O bom fluxo de clientes, porém, não é exclusivo do Leblon. No armarinho Bola de Ouro, na Pouso Alegre, mais um estabelecimento da Floresta, o vaivém de consumidores agrada ao dono, Armando Guimarães.

O estabelecimento é conhecido pelo leque de mercadorias, que vai desde canetas a produtos elétricos, e pela elasticidade do horário de funcionamento: o Bola de Ouro abre os 365 dias do ano, das 8h às 21h. Fundado em 1970, o local tem 110 metros quadrados. Seu Armando, nascido em Quartel Geral, no Centro-Oeste do estado, tem uma ajudante, Márcia Pereira de Souza. "Trabalho aqui há quatro anos. Aprendi a lidar muito com o comércio. Aliás, mais que um patrão, seu Armando é um professor".

Caminho obrigatório

O vaivém de pedestres e as dezenas de linhas de ônibus que passam pelo Bairro Floresta favorecem a abertura de alguns comércios nos sete dias da semana. Diariamente, uma multidão passa em frente aos estabelecimentos de Luciano, José e Armando. São moradores de ruas próximas e de outras regiões, pois o Floresta é o que muita gente classifica como bairro de passagem, por ser caminho obrigatório de quem reside em localidades como a Santa Tereza, o Sagrada Família, entre outras.

O aposentado Humberto de Brito Filho, de 71, por exemplo, mora no Santa Tereza e sempre frequenta o Floresta. Cliente assíduo do Leblon, ele também faz compras nos estabelecimentos de Luciano e de Armando. "Não saio do Floresta, bairro bom e onde tenho vários amigos", contou o homem enquanto brindava a primeira rodada de cerveja com o amigo Roberto Lourenço, de 73.

Esse último, morador do Floresta, diz que os comércios abertos aos fins de semana e feriados facilitam a vida dos moradores do bairro. "Sou nascido e criado no Floresta. Acompanhei a evolução do bairro, como, por exemplo, a inauguração do Shopping Floresta". O centro de compras, que fica na esquina da Itajubá com Pouso Alegre, conta com 30 lojas, entre empreendimentos de vestuário, revistaria e restaurante. (PHL)


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