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Estado de Minas

Telefones fixos resistem ao tempo

Apesar de na última década perder espaço para serviços móveis, setor cresceu 14,1%, graças às ofertas de combos


postado em 05/05/2013 06:00 / atualizado em 05/05/2013 08:27

Diego Amorim


Brasília –A internet e a tevê por assinatura deram sobrevida à telefonia fixa no Brasil. Graças aos combos oferecidos pelas empresas, os aparelhos tradicionais continuam nos lares, mesmo que toquem raramente. Embora o celular tenha roubado uma parcela significativa desse mercado, as linhas ativas no país, também mantidas pela telefonia corporativa, cresceram 14,1% nos últimos 10 anos, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

O uso desse tipo de serviço segue aumentando a cada ano, porém, em ritmo menor. E os números oficiais mostram uma mudança no perfil do setor. Antes detentoras de maior parte desse mercado, as empresas concessionárias, que prestam serviço telefônico público (Oi, Telefônica, CTBC Telecom, Sercomtel e Embratel), viram a procura por suas linhas recuar em 10% desde 2009. Nessa mesma época, as companhias autorizadas (NET e GVT, por exemplo) – que atuam no regime privado e começaram a disputar clientes na virada do século – avançaram 73,4%.

A acirrada concorrência, antes inexistente, levou o segmento a criar agressivas estratégias de sobrevivência, que acabaram por minimizar as previsões sobre o fim da telefonia fixa. "Os dados deixam claro que as operadoras conseguiram fazer com que a população aderisse ao serviço por mais tempo", avalia Eduardo Levy, diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil).

O ano passado fechou com um recorde de linhas fixas ativas no país: 44,3 milhões. Em 2002, essa soma era de 38,8 milhões. A estatística favorável, no entanto, não garante crescimento vertiginoso do mercado. "Trabalhamos com a realidade. Temos consciência de que o telefone fixo não é um serviço que apresentará avanços expressivos daqui para frente", reconhece o representante das operadoras, com discurso bem menos veemente do que em anos anteriores.

Nos Estados Unidos, a telefonia fixa já apresenta queda. Pesquisas recentes indicam que um terço dos americanos com menos de 30 anos aposentou o aparelho tradicional em casa. Apesar da resistência, o mercado brasileiro deve seguir a mesma tendência, no entender do especialista em telecomunicações Eduardo Tude. "A telefonia tradicional é uma modalidade com os dias contados", afirma ele, antes de observar que o aparelho virou acessório nos combos das operadoras.

DESUSO Mesmo que o telefone fixo encontre alguma utilidade em residências no Brasil, a tendência de desuso parece ser evidente. "Com os ataques que vêm sofrendo de outras modalidades de acesso e a retração da procura, a telefonia fixa deve, em dois anos, cair para o quarto lugar entre os serviços de telecomunicações", avalia o presidente da Anatel, João Rezende. Caso a previsão se confirme, ela perderia espaço para a escalada das tevês por assinatura.

O publicitário Ítalo Rodrigues, de 26 anos, mora sozinho e optou por não aderir ao telefone fixo. "Ninguém precisa mais disso, não faz falta alguma", defende. Na casa dos pais, recorda o jovem, o aparelho só tocava quando, do outro lado da linha, estava algum atendente de telemarketing. "Se é importante mesmo, a pessoa liga direto no meu celular", diz. (Colaborou Sílvio Ribas)

enquanto isso...
…Fim da assinatura tramita há 12 anos

Tramita no Congresso Nacional, há mais de 10 anos, um projeto de lei para acabar com a assinatura básica, cobrada pelas concessionárias de telefonia fixa. O PL nº 5476/2001 prevê que a estrutura tarifária dos serviços, prestados em regime público, leve em conta somente a remuneração das ligações efetuadas. Atualmente, o consumidor paga cerca de R$ 40 por essa taxa. As operadoras alegam que a assinatura básica representa entre 20% e 25% da receita mensal das empresas. Se o projeto for aprovado, defendem, será necessário estudar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos.


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