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Estado de Minas

Cresce procura por títulos de inflação

Com taxas de juros baixas, aumenta demanda por Letras do Tesouro Nacional, que pagam prêmio maior do que a Selic


postado em 26/04/2013 06:00 / atualizado em 26/04/2013 06:53

Brasília – A sinalização de que o Banco Central (BC) está “especialmente vigilante” com o comportamento da inflação criou expectativas no mercado de que os juros básicos podem até subir, mas não a ponto de conter a disparada nos preços. Dessa forma, quem ainda apostava numa alta mais agressiva da Selic passou a projetar um ciclo mais curto e moderado de elevação da taxa básica, o que se refletiu na maior procura dos investidores por aplicações que acompanhem os índices de preços.

Como a inflação está muito acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 4,5% ao ano, qualquer investimento que pague uma bonificação superior à variação desse índice passou a ser muito demandado pelo mercado. É o caso das Letras do Tesouro Nacional (LTN), que, em geral, pagam prêmios de risco maiores que os dos títulos atrelados à Selic. Ainda ontem pela manhã, tão logo foi divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os bancos e operadores de empresas passaram a pedir ao Tesouro que aumentasse a oferta de papéis corrigidos pela inflação.

O resultado dessa procura foi que o leilão de LTNs com vencimento em janeiro de 2017 teve uma das maiores demandas para o ano. Segundo informou o coordenador de operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, foram ofertados mais de 5 milhões de papéis desse tipo, que renderam aos cofres públicos cerca de R$ 5 bilhões. As taxas máximas dessa operação foram de 9,07%, contra juros de 9,21% pagos no leilão da semana passada.

Franco de Morais disse que essa maior procura pelo papel se deve à percepção, por parte do mercado, de que talvez o ajuste nos juros será menor do que o que se previa. “Sempre que a taxa de juros aumenta, o preço (dos papéis atrelados à inflação) diminui. Então, quando a demanda por esse título aumenta, (significa que) o mercado está precificando que o ciclo (de aperto monetário) não deverá ser tão alto”, disse. Para o coordenador da dívida pública, a ata do Copom “deu mais clareza” à condução da política de juros. “O que o mercado entende é que o ciclo de contração monetária já começou. Ele (o Copom) já esclareceu como vai ser. Isso faz com que os investidores tenham mais clareza de como tomar suas decisões”, pontuou.

Estrangeiros e dívida Outro efeito das ações da política econômica na demanda por títulos do governo é a maior procura dos estrangeiros por papéis do Tesouro. Em março, a participação desses aplicadores atingiu a marca de 14,76% da dívida pública interna, o maior patamar desde abril de 2012. Franco admitiu que parte dessa procura se deve ao fato de que os não residentes que aplicam em renda fixa (como é o caso dos títulos públicos) pagam Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% sempre que decidem retirar o dinheiro do país. “Até por conta disso, o estrangeiro tende a ficar aqui por mais tempo, para diluir esse impacto no longo prazo”, explicou.

Um movimento incomum de menor emissão de dívidas combinado com resgates maiores de papéis que estavam por vencer reduziu em 0,57% a dívida pública federal em março. No mês passado, o passivo do Estado em poder do mercado totalizou R$ 1,940 trilhão, uma queda R$ 110,5 milhões sobre o resultado de fevereiro, de R$ 1,951 trilhão.


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