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Estado de Minas

Proximidade da fábrica de Eike Batista e da IBM alimenta os sonhos de moradores


postado em 25/11/2012 06:00 / atualizado em 25/11/2012 09:02

Antônio Gonçalves também mora próximo ao que será a maior fábrica de semicondutores da América Latina, mas ainda não tem serviço de esgoto(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Antônio Gonçalves também mora próximo ao que será a maior fábrica de semicondutores da América Latina, mas ainda não tem serviço de esgoto (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Ter a fábrica de semicondutores mais moderna da América Latina ao lado de casa atiça os sonhos de vários moradores de Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte. A aposentada Maria Aparecida Acássio sonha em ver o filho entre os 300 funcionários que irão trabalhar na SIX Semicondutores. Segundo ela, por se tratar de uma fábrica de “informática”, o adolescente pode ter a primeira oportunidade com carteira de trabalho assinada. Não como pedreiro, como a maioria dos vizinhos, mas como um dos selecionados para fazer treinamento na fábrica da IBM, sócia do empreendimento, em Burlington, nos Estados Unidos. “Ele adora computador”, diz ela, lembrando que um dia antes conversou seriamente com o rapaz sobre a possibilidade de ele procurar a empresa.

Em casa, o único computador ele ganhou há pouco tempo, de um “coroa” que a mãe está namorando e com quem pretende casar se o filho consentir em conviver com ele. O aparelho não está conectado à internet, mas o sonho da mãe desafia os obstáculos. “ Se precisar, ele faz um curso”, diz ela. Conseguir uma das vagas, no entanto, deve ser tarefa para lá de árdua. A empresa anunciou que vai ao Vale do Silício, região da Califórnia (EUA) onde estão instaladas as principais empresas de tecnologia do mundo (Google, Facebook, entre outros) para selecionar brasileiros que queiram retornar ao país, além de ter parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para contratar alguns dos mestres e doutores que cursaram as disciplinas voltadas para semicondutores.

Para concretizar o sonho de Maria Aparecida o jovem vai precisar, primeiro, voltar à sala de aula. Ele cursou até a sétima série do ensino fundamental e abandonou os estudos. A instrução precária torna mais palpável outra opção profissional. Com oito cômodos em casa, o jovem sonha montar ali uma lan house e comprar uma máquina de fotocópias. Antes, precisa instalar um telefone fixo e efetivar a conexão à internet. “As pessoas têm as coisas aqui porque elas lutam. Têm que ir longe”, diz ela, recordando os tempos em que, para conseguir um pouco de água para as tarefas domésticas, precisava caminhar sob sol forte até um poço distante.


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