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Estado de Minas

Ganhos aumentam, gastos sobem mais

Dados divulgados pelo Banco Central mostram que o superávit de maio foi de R$ 2,65 bi, metade do esperado


postado em 30/06/2012 06:00 / atualizado em 30/06/2012 07:07

Túlio Maciel, do BC, disse que a moderação da atividade no país tem impacto no resultado(foto: edilson rodrigues/DF/D.A Press)
Túlio Maciel, do BC, disse que a moderação da atividade no país tem impacto no resultado (foto: edilson rodrigues/DF/D.A Press)
O governo está gastando demais. De nada adianta a arrecadação aumentar, se o gasto também sobe e o que é pior: em proporção muito maior. Isso ficou claro ontem na divulgação, pelo Banco Central, do resultado das contas públicas. O setor público consolidado – que inclui o governo central, estados, municípios e empresas estatais – registrou um superávit primário de apenas R$ 2,65 bilhões em maio, praticamente a metade do previsto pelo mercado.

Trata-se do menor resultado mensal de 2012 e também do superávit mais baixo para meses de maio desde 2010, quando a economia feita pelo governo somou apenas R$ 487 milhões. Contra igual período do ano passado, o recuo do saldo positivo foi de 64,6%, uma vez que em maio de 2011 o superávit tinha atingido R$ 7,5 bilhões. Mesmo admitindo que o resultado do mês passado ficou abaixo do padrão, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (Depec), Túlio Maciel, ponderou que as oscilações mensais são normais.

“A moderação da atividade tem impacto nesse resultado”, observou. De acordo com Maciel os dados são mais consistentes quando observados para um período maior de meses. Nesse caso, no acumulado dos primeiros cinco meses do ano, o superávit consolidado do setor público atingiu R$ 62,86 bilhões, com queda de 3% em relação ao resultado do mesmo período de 2011. Nesse período as receitas do governo cresceram 11,4% e as despesas 12,9% em relação ao ano passado.

Para Maciel, esse desempenho mostra que o governo já conseguiu cumprir 45% da meta de superávit primário previsto para o ano, que é de R$ 139,8 bilhões, o equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 12 meses até maio, o resultado positivo somou R$ 126,75 bilhões, ou 2,97% do PIB.

Com o governo conseguindo economizar menos, o déficit nominal deu um salto apesar da queda de 16% na despesa com juros verificada em maio na comparação com maio de 2011. O déficit nominal bateu em R$ 16,06 bilhões no mês, sendo o pior resultado para os meses de maio de toda a série histórica do BC. No acumulado do ano a situação melhora, com o déficit nominal alcançando R$ 32,04 bilhões, o equivalente a 1,81% do PIB. Em 12 meses até maio, o déficit nominal do setor público totaliza R$ 104,06 bilhões (2,44% do PIB).

O aumento do déficit nominal se dá num cenário de queda das despesas, reflexo da inflação menor no período e do recuo da taxa Selic. Os gastos com o pagamento de juros foi de R$ 18,71 bilhões em maio. No ano, segundo o chefe do Depec, essa despesa deve cair em pelo menos R$ 30 bilhões, com os juros passando a representar 4,3% do PIB contra os 5,7% do PIB registrados em 2011.

 

enquanto isso...

…dívida recua frente ao PIB

O Banco Central aproveitou ontem a divulgação dos dados do setor público para apresentar novas projeções. A relação entre dívida líquida e Produto Interno Bruto, por exemplo, que já recuou de 35,7% do PIB em abril para 35% em maio por conta da desvalorização cambial de 6,9% no período, deverá verificar nova queda em junho – a previsão do BC é de 34,5% do PIB, o menor nível da história. Para o fim do ano a estimativa para esse indicador também é de queda. No lugar de 35,7% do PIB leia-se agora 35%. Já o déficit nominal, por conta da revisão do PIB para baixo, deverá fechar o ano em 1,4% do PIB e não mais em 1,2%. Mesmo assim será o menor déficit até agora registrado nas contas públicas. 

 


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