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Estado de Minas

Artesanato mineiro faz sucesso nas prateleiras do mundo

Temporada brasileira na Macy's força segunda remessa e abre as portas de outras grandes redes para o artesanato mineiro, que espera negociar R$ 4 milhões no exterior este ano


postado em 23/06/2012 06:00 / atualizado em 23/06/2012 07:09

Tigelas e panelas de pedra-sabão produzidas no interior de Minas Gerais, além de objetos decorativos em madeira esculpidos na capital, predominam nos pedidos da segunda remessa do artesanato brasileiro à cadeia varejista norte-americana Macy’s, dentro da temporada em homenagem ao país prevista até 15 de julho. A renovação do estoque, em plena produção nas oficinas de Minas Gerais e de Pernambuco, mostra o sucesso da exposição inédita da arte popular típica do Brasil na rede de lojas, que começa a abrir oportunidades surpreendentes em outros magazines. Agora são as gigantes TJMaxx, dona das marcas Home Goods, Home Sense e Winners, e a janopesa Seven & I, holding da Sogo e Seibu, que desejam as criativas peças artesanais.

A equipe do departamento de compras da TJMaxx bateu o martelo nas negociações e entrou na fase de escolha dos produtos junto ao Instituto Centro Cape, braço do Mãos de Minas, maior central de cooperativas de artesãos do estado. O interesse da empresa é oferecer a clientes dos Estados Unidos e Europa artesanato em madeira, fibra vegetal, cerâmica, papel marchê, e capim-dourado, conta a presidente do Instituto Centro Cape e da Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa), Tânia Machado. “Na Macy’s, o artesanato foi o único segmento da produção brasileira que precisou repor os estoques. A rede nos deu uma visibilidade enorme no exterior”, afirma.

Como meta inicial de contrato, a rede TJMaxx, de decoração e utensílios domésticos, admitiu a possibilidade de compras no valor de US$ 1 milhão, depois de enviar seus representantes ao Brasil para conhecer o trabalho das oficinas e ateliês. Segundo Malu Drumond, coordenadora da área de exportação do Instituto Centro Cape, os primeiros embarques deverão sair do Brasil no ano que vem. Os contatos com a Seven & I estão apenas na etapa inicial, com o mérito de que foi a rede que tomou a decisão de procurar a Abexa e o Centro Cape.

Produção de Eduardo Eleutério já é cinco vezes maior que a inicial(foto: Euler Junior/EM/D.A Press - 24/6/09)
Produção de Eduardo Eleutério já é cinco vezes maior que a inicial (foto: Euler Junior/EM/D.A Press - 24/6/09)


Envolvido na produção para de objetos de madeira para a rede Macy’s, o artesão Eduardo Eleutério Albuquerque considerou a experiência um vasto aprendizado para conquistar clientes no exterior. “Expor lá fora significa valorização do nosso produto, inclusive, como design”, diz. Combinadas a um canal de vendas antigo que Eleutério abriu nos Estados Unidos, as exportações mais recentes ajudaram a levar a produção a um ritmo cinco vezes superior ao do início da oficina dele em Belo Horizonte, nove anos atrás.

A dificuldade do artesão, de acordo com Eleutério, está na falta de capital de giro para investir no aumento da produção e assim ter condições de atender clientela maior no mercado interno e no exterior. Concorda com ele a artesã Dionísia José Gomes, mestre na arte de confeccionar panelas e objetos de pedra-sabão em Santa Rita de Ouro Preto, distrito da cidade histórica da Região Central de Minas. “Exportar valoriza o trabalho da gente”, afirma Dionísia.

A Abexa tem pretensões ambiciosas para as exportações de artesanato do Brasil neste ano. Tânia Machado observa que a expectativa para o artesanato de Minas, despachado pelo Instituto Centro Cape, é dobrar os negócios no exterior, chegando a uma cifra de US$ 4 milhões. A estimativa inclui o contrato com a Macy’s ao redor de US$ 600 mil em vendas nas lojas de Nova York, Miami e São Francisco. O universo de produtos expostos na rede deverá atingir 1,7 mil peças. Nas negociações com a Seven & i, ainda é cedo para projeções, mas há forte promessa de ingresso na cadeia de lojas, presente em 16 países.

 

O que nos interessa
Mais emprego e qualidade

A cultura das exportações ainda é manca no Brasil, embora represente avanços para as empresas em qualidade e inovação, dois fatores essenciais que fazem parte da vida de qualquer empreendedor acostumado à disputa de mercado no exterior. O país também ganha com os benefícios da exportação, seja em geração de empregos e renda, seja na melhora da produção, influenciada pelas exigências dos clientes estrangeiros. Os brasileiros, no entanto, engatinham, tendo em vista a participação do país de apenas 1,6% do comércio internacional em 2011, conforme levantamento da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). 


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