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Estado de Minas MAIS QUE UM SUVENIR

Restaurantes da Boa Lembrança aguçam paladar e desejo dos colecionadores


postado em 17/06/2012 07:56 / atualizado em 17/06/2012 09:44

Empenhado em rechear a coleção, o empresário Anésio Fassina não hesitou em pegar um voo de São Paulo para Goiânia apenas para almoçar em um dos restaurantes que fazem parte da confraria da Boa Lembrança. “Já dirigi 800 quilômetros para ir e voltar de Visconde de Mauá (RJ) também para almoçar e trazer o prato. Eram três pessoas e pedimos seis refeições, já que tínhamos encomendas de amigos”, conta o colecionador que hoje soma 1.045 pratos distintos pendurados, além de outros 200 repetidos. Em média duas a três vezes por mês ele escolhe um local diferente para conhecer no Brasil com a intenção de dependurar mais um exemplar de cerâmica em sua parede.

Colecionadora desde 2005, a administradora Cristiana Rey Braconnot já tem uma coleção de 400 exemplares (foto: Beto novaes/EM/D.A Press)
Colecionadora desde 2005, a administradora Cristiana Rey Braconnot já tem uma coleção de 400 exemplares (foto: Beto novaes/EM/D.A Press)

É na busca por aficionados como Anésio que pelo menos 30 restaurantes tentam, todos os anos, ingressar no seleto grupo de 99 casas autorizadas pela Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança a oferecer o suvenir. Além de comprovar a qualidade do atendimento e da gastronomia, os estabelecimentos têm um custo alto para manter a tradição, de olho no marketing e visibilidade trazidos para a marca.

Cada prato de cerâmica pintado com imagens que ilustrem os ingredientes da refeição custa ao estabelecimento R$ 17,08. Em cada nova encomenda, os restaurantes têm opção de pedir uma caixa com 40 unidades, no valor de R$ 683,20, ou com 52 pratos, sendo necessário desembolsar R$ 888,16. Os dispêndios não param por aí. Ao ser selecionado, o estabelecimento deve pagar uma espécie de inscrição no grupo, conhecida como joia social, no valor de R$ 2 mil. Somado a isso, ainda há uma mensalidade de R$ 160 para manutenção das atividades da associação.

Nenhum desses gastos desanimou o Restaurante Divino, em Nova Lima, que durante dois anos se empenhou em entrar na lista das casas que oferecem o prato da Boa Lembrança. “Esses gastos fazem parte da verba que destinamos para o marketing do restaurante”, conta a proprietária da casa, Solange Carvalho Brum. Uma das premissas da associação é de que o custo não seja repassado para a refeição, por isso a necessidade de um orçamento exclusivo para a ação. “No mínimo 50% desse valor é absorvido pelo restaurante”, calcula o diretor regional da associação, Marcos Calmon. O retorno financeiro, porém, é certo.

Estreante na confraria, o Divino começou a oferecer o galeto com pesto mineiro e angu de moinho – no valor de R$ 48 – em 2 de fevereiro e já percebe os resultados. “Vieram clientes do interior de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. Todos colecionadores”, conta Solange. Em menos de três meses de vendas, a empresária fez a quinta encomenda e já somava quase 260 pratos vendidos. “É um grande chamariz para a casa e agrega valor ao restaurante, garantindo um retorno financeiro interessante. Sem contar que são clientes selecionados”, afirma Solange. Como o Divino, outras 13 casas em Minas Gerais fazem parte do grupo criado em 1994 (veja quadro).

Calmon reconhece que, nos primeiros meses, o movimento é forte, motivado pela curiosidade dos apreciadores da tradição. Não é por acaso que a cada ano as casas renovam os pratos participantes, na tentativa de sempre manter a novidade e o estímulo a novas aquisições. “As casas que entram podem chegar a vender até 100 pratos por mês. Pelo menos nos seis primeiros meses há uma grande movimentação estimulada pelo prato”, reconhece Marcos Calmon, que também é proprietário do Gomide e Atlântico, ambos integrantes da confraria.

A administradora Cristiana Rey Braconnot está entre esses apreciadores da boa mesa. Com 400 unidades adquiridas, ela coleciona desde 2005, contagiada pelo hobby dos pais. “Não faço as viagens em função dos pratos, mas aproveito quando estou lá para conhecer os lugares”, explica. As próximas aquisições na lista são os exemplares distribuídos pela companhia aérea TAP em seus voos internacionais para Portugal. A empresa é uma das parceiras da associação e mais um canal de divulgação da confraria junto ao público-alvo do grupo.

Parceria com a Itália


A Associação dos Pratos da Boa Lembrança busca parceria com a Piatti del Buon Ricordo, confraria italiana que existe há mais de 40 anos. O representante italiano já foi convidado a participar do congresso anual no Brasil para que sejam iniciadas as negociações. “O intuito da aproximação é promover o intercâmbio entre as culturas, empresários e profissionais envolvidos na tradição”, explica o diretor regional de Minas, Marcos Calmon. Segundo o empresário, o Buon Ricordo teve forte influência na criação da Boa Lembrança no Brasil, em 1994, e a expectativa agora é manter a proximidade. O Buon Ricordo permite que restaurantes de outros países distribuam seus pratos e já expandiu sua atuação para Austrália, Áustria, Japão, França e Alemanha, entre outros países.

Endereços do desejo em Minas

» Belo Horizonte
A Favorita
Atlântico Bar e Restaurante
D’Artagnan
Gomide
Haus Munchen
Osteria Casa Mattiazzi
Patuscada
Splendido Ristorante
Taste Vin
Vecchio Sogno
Xapuri

» Nova Lima
Divino
La Victoria

» Tiradentes
Virados do Largo


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