Não são os consumidores brasileiros os únicos seduzidos pelo turismo e paraíso de compras na Flórida. O estado americano, famoso pelos parques temáticos de Walt Disney e pelas lojas de Miami, está atraindo também empresários que se instalam no país, seja por conta própria, em parceria com empresas americanas e até virtualmente. Mesmo em tempos de crise, o fluxo do comércio entre o Brasil e a Flórida movimentou US$ 15,14 bilhões em 2011, alta de 15% em relação ao ano anterior. O resultado posiciona o país como principal parceiro comercial do estado mais “tropical” dos Estados Unidos. Segundo a Câmera de Comércio Brasil-Flórida (BACCF – sigla em inglês), 300 empresas já se associaram à instituição, operando no comércio bilateral.
Para abrir uma empresa na Flórida os custos totais podem ser bem similares aos do Brasil. Em palestra para empresários mineiros na Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), Camila Fernandes, diretora de relações internacionais da BACCF, apontou que o Tio Sam consegue ser mais competitivo que o Brasil em custos fixos, como tarifas de energia e aluguel. (Veja quadro)
Louana Oliveira, gerente no Brasil da Duvekot Corporation, consultoria especializada na internacionalização de empresas, diz que, a despeito da crise financeira mundial, a demanda de organizações brasileiras interessadas em atuar na Flórida cresceu 20% no ano passado. Segundo ela, um dos maiores atrativos está no fomento feito pelo governo americano.
TRIBUTOS No estado do Mickey Mouse, o Imposto de Renda para Pessoa Jurídica é fixo. A alíquota de 5,5% está entre as menores do país. Segundo Louana, o interesse brasileiro é diversificado e atinge desde os grandes capitais até empresas de importação e exportação de pequeno porte, que operam apenas na plataforma virtual. As principais áreas de investimentos são os serviços, de restaurantes a salões de beleza, além do setor imobiliário.
O vice-presidente do conselho de assuntos internacionais da ACMinas, Daniel Manucci, diz que a balança comercial pode ser mais benéfica para o Brasil. O país é o principal parceiro comercial da Flórida, mas ocupa o oitavo lugar nas importações. “O desafio para as empresas brasileiras é melhorar esse fluxo de negócios. O mercado é bastante dinâmico e com muitas oportunidades para produtos e serviços.”
Especializada em visto consular e câmbio, a mineira Despachatur opera com 185 países, mas a demanda americana é responsável por 50% dos serviços. “Do total de vistos emitidos para os Estados Unidos, a Flórida representa entre 75% e 85%”, diz Cornélio Diniz, diretor da empresa, que atua no mercado americano e na Flórida há 38 anos. Segundo ele, os custos em manter um negócio nos EUA são bem similares aos do Brasil, mas o mecanismo operacional é mais simples. “São poucos impostos, fáceis de enxergar”, compara.
Nos Estados Unidos, o custo para abrir uma empresa é de aproximadamente US$ 1 mil, com prazo que varia de um a três dias. No Brasil, o empresário pode precisar de até 157 dias para abrir um negócio.