Menos de um mês depois da inauguração da obra de requalificação da Praça Diogo de Vasconcelos, um dos pontos mais tradicionais da Savassi finalmente vai voltar a abrir as portas. O antigo espaço do Café da Travessa, que não suportou o período de obras e, em março, deixou de funcionar, foi alugado ontem por três sócios, entre eles o presidente da Câmara Municipal, vereador Léo Burguês (PSDB). Ele garante que manterá o tom cultural da região, que, com o fechamento do quarteirão da Rua Pernambuco, poderá abrigar exposições permanentes de artes plásticas e ganhar funcionalidade gastronômica. Para isso, grandes grupos da noite belo-horizontina estão sendo consultados, como os sócios da NaSala e da choperia Albano’s, que, por enquanto, não confirmam a parceria.
O primeiro passo dos investidores será dividir o imóvel em dois, alugando a parte que tem saída para a Avenida Getúlio Vargas para uma loja de roupas. Essa divisão deve ser feita ainda este mês. Ao todo, o imóvel tem mais de 400 metros quadrados. A ideia é amenizar o alto custo do aluguel, que, segundo a imobiliária responsável pela locação, ClaraImóveis, era de R$ 32 mil – o que significa cerca de R$ 80 por mês pelo metro quadrado. Do outro lado, mesas devem ser dispostas na área externa, mesclando atividades culturais e gastronômicas. O vereador já entrou em contato com o grupo de artistas que expõem suas telas no local nas manhãs de sábado para propor uma parceria e há a possibilidade da cessão de espaço no estabelecimento para que eles guardem seus materiais. “A Savassi não pode perder suas características de cultura e arte”, afirma Burguês.
O estabelecimento, segundo o vereador, voltará a funcionar como cafeteria e restaurante, mantendo atividade anterior. O mezanino, antes usado para apresentações de bandas de rock, jazz, MPB e blues, pode ser transformado em uma varanda. Burguês diz que já se reuniu com representantes da Femsa, engarrafadora da Coca-Cola, e da vodka Absolut para fechar parcerias. A proposta é reunir ícones da vida noturna, aproveitando a possibilidade de se instalar mesas na calçada, como foi feito nos demais quarteirões fechados da nova Praça da Savassi.
O investimento que será feito na reforma do imóvel ainda não foi definido, mas, segundo o vereador, a proposta é que em até três meses o novo empreendimento esteja funcionando. Para isso, são necessárias reformas no imóvel, que abrigou o antigo inquilino por 15 anos. Além da nova Travessa, as sócias de Burguês investiram também em outro ponto da região. Na semana passada, elas inauguraram a creperia Albuquerque, em referência à Rua Antônio de Albuquerque, onde está localizada. A unidade funciona 24 horas por dia e mudou um pouco o perfil do quarteirão, até então o único a não ser ocupado por mesas de bares e calçadas.