O mercado de veículos novos em Minas Gerais viveu no mês passado o melhor janeiro da história do comércio do setor. Dados preliminares divulgados pelo Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos de Minas Gerais (Sincodiv) indicaram o emplacamento de 44.267 unidades no período, ante 40.064 veículos comercializados em janeiro de 2010, representando alta de 10,49%. O resultado, porém, foi insuficiente para evitar a tradicional retração em comparação às vendas de dezembro, que foi de 18,24%. As concessionárias venderam 54.141 automóveis em dezembro.
“O mês foi excelente e chegou a faltar carro”, conta o gerente comercial da Pisa Ford Antônio Longuinho. Segundo ele, diferentemente dos dados apurados pelo Sincodiv, a empresa registrou um janeiro superior a dezembro em vendas em pelo menos 18%. “Frente ao mesmo mês do ano passado, a alta foi de 9%”, calcula. Fiesta e Focus são alguns dos modelos que já não estão mais disponíveis para pronta-entrega. “Tenho hoje 15 unidades vendidas que estão em produção ou a caminho da concessionária”, afirma. Os veículos em estoque, que normalmente são suficientes para vendas de 45 dias, agora atendem a demanda apenas de 25 dias. “Caiu bastante porque estamos querendo liquidar a linha 2011/2012”, afirma Longuinho.
Feirões e condições especiais de pagamento também contribuíram para o balanço positivo do mês passado. Somado a isso, a queda nas taxas de juros, impulsionada pelo corte da taxa básica de juros, a Selic, iniciado em agosto do ano passado, é mais um empurrão para as vendas. “O impacto chega aos poucos, mas se a taxa continuar a cair, vai ajudar. Hoje, a média de juros que praticamos é de 1,47% ao mês”, afirma o gerente. Para Antônio Longuinho, este é um fator decisivo para o mercado, já que 60% das compras são financiadas. “Se os juros diminuem, a pessoa se sente mais estimulada”, pondera.
Além da perspectiva de retração dos juros cobrados, o presidente do sindicato dos concessionários de véiculos de Minas, Mauro Pinto de Moraes Filho, considera importante o anúncio feito pelo governo da lista das montadoras que estão livres de pagar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) mais alto. No total, 18 fábricas comprovaram atender o percentual mínimo de 65% de produtos nacionais na composição dos veículos e estão livres da nova cobrança.