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Estado de Minas

Polícia ouve envolvidos em esquema de golpe financeiro milionário

Delegado federal começa a colher depoimentos dos suspeitos de dar golpe da pirâmide financeira e gerar prejuízo de mais de R$ 10 milhões para investidores de 23 estados


postado em 02/02/2012 06:00 / atualizado em 02/02/2012 06:46

As investigações do esquema de pirâmide financeira que teria causado rombo de pelo menos R$ 10 milhões em 50 cidades começaram nessa quarta-feira. O delegado Mário Veloso, da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros (Delfin) ouviu os primeiros envolvidos no caso da Filadélphia Empréstimos Consignados Ltda. e a Polícia Federal (PF) deve soltar, até o fim da semana, relatório preliminar. Na terça-feira, a PF prendeu o presidente da empresa, Carlos Henrique Vieira, que é pré-candidato à Prefeitura de Lagoa Santa, suspeito de articular o golpe em praças da Aeronáutica. Também foram detidos dois vice-presidentes, a contadora e o chefe da segurança da empresa, além de dois gerentes da Caixa Econômica Federal.

A PF ainda não consegue determinar a exata extensão do esquema, por conta do alcance da Filadélphia, presente em 23 estados. Em setembro do ano passado, o Estado de Minas denunciou o golpe com a publicação de contratos de empréstimos que pagavam juros de 2,5% a 5% ao mês, mais poupança. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também já havia divulgado alerta sobre a atuação irregular da empresa que intermediava os empréstimos com os bancos. Na prática, os clientes eram incentivados, com a remuneração acima do valor de mercado, a obter empréstimos mais altos em troca de prestações reduzidas. O valor excedente era reinvestido na pirâmide.

A empresa captava investimentos a partir da rede de contatos de dois diretores que são sargentos da reserva da Aeronáutica e da base de fiéis da unidade da Igreja Pentecostal do Evangelho Pleno, sediada em Lagoa Santa. Um franqueado da empresa, de uma cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, que prefere não se identificar, disse ao EM que a rede de franquias da Filadélphia também induzia os parceiros a integrar a pirâmide.

Franquias

“Comecei a franquia em maio e pouco tempo depois eles ofereceram um outro produto, dizendo que se eu investisse R$ 100 mil, iriam pagar 2% mais do que o banco estava pagando. Como não investi, deixaram a franquia de lado e nunca cumpriram as promessas iniciais de diversificar os serviços. Me enrolaram por meses”, conta ele, que agora vai buscar, na Justiça, o direito de reaver os R$ 20 mil que investiu na estrutura e R$ 2,5 mil na taxa de franquia.

No site da empresa, que continua no ar, a “palavra do presidente” ressalta justamente a diversificação de serviços, citada pelo franqueado, como atrativo da Filadélphia: “Hoje, oferecemos aos nossos clientes, não apenas o crédito consignado, mas também uma gama de produtos novos, tais como financiamento e refinanciamento de veículos, consórcios, crédito imobiliário, livraria, presentes, seguros e outros, pois estamos sempre em crescimento constante, a taxas chinesas, buscando atender as necessidades dos nossos colaboradores”.

Com base nisso, diz o site, a empresa saiu “de uma situação de mera desconhecida para a de liderança de seu segmento em pouco mais de quatro anos”. A suspeita da PF é de que o dinheiro da pirâmide bancava a vida de luxo do empresário em um condomínio de Lagoa Santa e bens de alto padrão, como quadriciclos e carros importados. Em setembro, Carlos Henrique chegou a informar ao EM que tinha patrimônio superior a R$ 30 milhões. Procurada por telefone, a Filadélphia preferiu não se pronunciar.


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