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Estado de Minas

Estoques de veículos importados com IPI antigo estão no fim

Alta de 30% no imposto deve ser inevitável, a partir de março


postado em 01/02/2012 06:00 / atualizado em 01/02/2012 06:43

A partir de agora, não tem mais jeito: as concessionárias de veículos importados que terão o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) majorado em 30% já preveem para este mês o fim dos estoques dos carros que estarão livres do aumento – os últimos carros faturados no fim do ano passado começam a rarear. Até março, é corrida aos pátios, para garantir o carro importado sem reajuste. Amanhã começa a valer a majoração fiscal definitiva. A lista com as 18 montadoras livres do pagamento do imposto mais alto foi publicada nessa terça-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A listagem anterior garantia o IPI sem alterações até hoje.

A medida protecionista, que isenta do aumento companhias que garantirem até 65% de peças nacionais na montagem dos veículos, dentre outras exigências, foi definida em decretos de setembro e novembro do ano passado. Além dos veículos fabricados no país, importados de regiões com que o Brasil mantém acordos comerciais, como países do Mercosul, não sofrerão majoramento fiscal. As 18 montadoras livres do aumento até dezembro são Agrale, Caoa (Hyundai), Fiat, Ford, GM, Honda, Iveco, MAN, Mercedes-Benz, MMC, Nissan, Peugeot, Renault, Scania, Toyota, Volkswagen, Volvo e International Indústria Automotiva da América do Sul.

Essas empresas são obrigadas a cumprir seis de 11 etapas da fabricação no Brasil e investir 0,5% do faturamento líquido em pesquisa e desenvolvimento. Assim, garantem o IPI entre 7% e 25%. Para as montadoras fora da lista, o imposto vai de 37% a 55%, dependendo do segmento. As mais afetadas pela medida são as empresas que integram a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva): Aston Martin, Audi, Bentley, BMW, Changan, Chery, Chrysler, Dodge, Effa Changhe, Effa Hafei, Ferrari, Hafei Motor, Haima, Jac Motors, Jaguar, Jeep, Jinbei Automobile, Kia Motors, Lamborghini, Land Rover, Lifan, Maserati, Mini, Porsche, SsangYong e Suzuki.

Impacto

Nas lojas, o movimento é de limpa-estoque. De acordo com Miguel Albino, superintendente da Audi da Avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte, a estratégia de estocar os carros desde dezembro deu certo: no mês passado as vendas foram 66% superiores frente a igual período de 2011: “Colocamos uma meta ousada de 30 carros, que foi batida. Sabemos que a partir de março teremos de estudar estratégias para reduzir o impacto do IPI”. Ele espera repasse entre 12% e 15% nos preços.

Na Changan e Ssangyang, o gerente Rafael Cascardo estima que o repasse para o consumidor será de 25%. Quem vai comprar carro importado corre o risco de não encontrar o modelo desejado e ter de reavaliar a compra. É o caso do engenheiro Omildo Júnior: “O Audi Q3 que eu quero só chega em março. Hoje ele custaria R$ 170 mil. Em março já virá a R$ 200 mil. Isso faz a gente mudar de planos”.

Benedito Franqueira vai apressar sua decisão para garantir o preço(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Benedito Franqueira vai apressar sua decisão para garantir o preço (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
O consumidor tem a revolta na ponta da língua. “Majoração é o termo bonito, na verdade isso é um assalto de IPI”, reclama o empresário Benedito Franqueira, que na tarde dessa terça-feira sofria a pressão do tempo para comprar um carro importado. “Vou ter de apressar a decisão.” A Abeiva estima que as vendas de veículos importados de países que não têm acordo comercial com o Brasil caiam 20% este ano.

 

O melhor janeiro

Faltando ainda o resultado dessa terça-feira, que será computado nesta quarta, o mês que terminou foi o melhor janeiro da história em vendas de veículos novos. Até o dia 30, os licenciamentos já somavam 251,1 mil unidades (com caminhões e ônibus), ante 244,8 mil registrados em janeiro de 2011, até então recorde para o período. Na comparação com dezembro, houve queda de 27,2%. Dezembro foi o mês em que mais se vendeu carros em 2011, com 348,3 mil unidades, e janeiro tradicionalmente é mais fraco, dizem analistas do setor. Este janeiro foi marcado por feirões, sorteios de carros e o não repasse integral do aumento de 30 pontos percentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para modelos importados.


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