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Estado de Minas

Água e luz turbinam a inflação em BH


postado em 06/04/2011 06:13 / atualizado em 06/04/2011 07:50

A tarifa de energia dos cerca de 7 milhões de consumidores da Cemig, distribuídos em 774 municípios de Minas Gerais, vai ficar em média 7,24% mais cara a partir de sexta-feira. Para os consumidores residenciais, o reajuste será de 6,61%. Para os industriais, o aumento será mais salgado: 9,02%. As novas tarifas foram aprovadas terça-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Cálculo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a pedido do Estado de Minas mostra que a correção na conta de luz terá um peso de 0,22 ponto percentual na inflação da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) em abril. Junto com a elevação da conta de água, que será reajustada em 7,02% a partir do dia 23, o peso das duas tarifas públicas na corrida de preços no mês será de 0,37 ponto percentual, mais da metade do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, que ficou em 0,71%.

O cálculo da tarifa de energia leva em conta os custos e a produtividade da empresa entre 8 de abril de um ano e 7 de abril do ano seguinte. Nos últimos 12 meses contados até fevereiro, o reajuste médio da tarifa na concessionária ficou 0,81 ponto percentual à frente do IPCA medido pelo IBGE (6,43%). No caso dos consumidores residenciais, o aumento foi 0,18 ponto percentual maior do que a inflação. Para os consumidores industriais a correção será 2,59 pontos percentuais acima da variação geral do custo de vida.

Leonardo dos Santos, economista da Austin Rating, lembra que o impacto da elevação de preços das contas de luz e de água será diluído entre abril e maio. “O efeito será atenuado (em abril) porque os dois reajustes só pegam uma parcela do mês. Isso quer dizer que uma parte ainda será repassada para maio. Mesmo assim, o peso será significativo para o custo de vida. O Brasil enfrenta uma preocupação crescente com a inflação.” Wanderley Ramalho, diretor-adjunto da Fundação Ipead, lembra, porém, que as tarifas de energia ficaram sem correção nos últimos 12 meses. Entre 2005 e 2010, o percentual de reajuste da conta de luz dos consumidores residenciais da Cemig foi reduzida em 2,71%. “A luz estava pesando menos na inflação”, observa.

Cálculo

O percentual médio ficou abaixo dos 8,8% pleiteados pela distribuidora de energia em 24 de março junto à Aneel. No pedido, a estatal de energia solicitava reajuste de 10,74% para os consumidores de baixa tensão (residências) e de 5,85% para os de alta tensão (indústrias). A companhia atribui o encarecimento da tarifa à elevação das despesas com a aquisição de energia de 2010 para cá. Segundo o diretor de relações com investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, as despesas com a compra do insumo cresceram 16% em 2010. Desse total, 11% se referem ao volume comprado e 5% ao aumento do preço no mercado.

Ao calcular os índices de reajuste, a Aneel considera a variação de custos que a empresa teve no decorrer do período de referência, neste caso os últimos 12 meses. A fórmula inclui custos típicos da atividade de distribuição, sobre os quais incide o IGP-M e o Fator X – percentual calculado de modo a compartilhar com os consumidores as despesas e os ganhos de produtividade estimados para o período – , e outros custos que não acompanham necessariamente o índice inflacionário, como energia comprada de geradoras, encargos de transmissão e encargos setoriais.

Na terça-feira, a Aneel também aprovou um reajuste da tarifa média de 17,49% para a concessionária Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul), e de 7,23%para a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e de 12,89% para as Centrais Elétricas Matogrossenses S.A. (Cemat). (Colaborou Leandro Andrade)


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