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Estado de Minas

Polícia investiga mais um golpe da pirâmide financeira em Minas


postado em 01/04/2011 06:18

A Polícia Civil investiga mais um golpe financeiro no estado. O alvo desta vez é Altino de Medeiros Dantas, controlador do Club Plus Investimentos. De acordo com a polícia, o investidor agiria da mesma forma que Thales Maioline, que ficou conhecido como Madoff mineiro e causou prejuízo estimado em R$ 100 milhões a 2 mil investidores. “Ele tem o mesmo modus operandi do Thales”, afirma o chefe do Departamento de Investigação de Crimes contra o Patrimônio, Islande Batista. O esquema usado por Maioline seria o de pirâmide financeira, onde quem ingressa paga a remuneração de investidores antigos e são estimulados a atrair novos participantes com promessa de ganhos maiores.

A polícia iniciou a investigação do Club Plus paralelamente à decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de proibir Dantas de exercer qualquer atividade no mercado mobiliário. O alerta aos investidores, via comunicado ao mercado, foi feito pela autarquia quarta-feira. Dantas também é alvo de 27 processos no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A grande maioria se refere à execução de título extrajudicial (compensação de cheques). Nas ações, a soma total do “valor da causa” passa de R$ 1, 71 milhão. O advogado Sérgio Luiz Coelho, que atua em 11 processos, afirma que a maioria de seus clientes é de Itabirito, na Região Central, e que seria o berço da atuação de Dantas, mas ainda há casos em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, e até em Vitória, no Espírito Santo.

De acordo com o relato de uma das vítimas, que calcula prejuízo de R$ 120 mil, Altino tinha cargo de coordenadoria na Mineradora Serra do Oeste (MSOL), em Itabirito, onde atraía investidores. “Ele tinha mais de 15 anos de casa e influência de diretoria. Era uma pessoa que todos conheciam e confiavam”, conta. Segundo a vítima, ao receber a aplicação, Altino repassava um cheque com 30% a mais do valor para ser compensado em seis meses. “Além disso, tinha um bônus mensal com rendimento entre 5% e 8%”, afirma.

COLEGAS O investidor garante que Dantas e Maioline eram colegas e trabalhavam no mesmo prédio. “O Altino sempre falava que ele que tinha ensinado o Thales a operar”, lembra. Quando o “colega” de esquema foi denunciado, Altino teria sido demitido da MSOL e os depósitos, antes religiosos na conta dos investidores, pararam de entrar. “Ainda consegui falar com ele depois e ele sempre garantia que ia pagar. A minha intenção era de ficar um ano. No mês em que eu faria o resgate total, Altino foi demitido”, lamenta a vítima. Ele pleitea na Justiça a execução dos cheques emitidos por Dantas.

Outro investidor que se diz vítima do golpe e também pede para não ser identificado, confirma que Dantas e Maioline trabalhavam na mesma empresa. “Eles trabalhavam juntos e muitos amigos meus que trabalham na MSOL viam os dois operando no mercado de ações juntos, via home broker”. De acordo com a vítima, Dantas abordava os futuros investidores, sempre indicados por algum amigo que já participava do fundo, prometendo rendimentos de até 13% ao mês. “A média que ele pagava por mês era 8%, mas no fim de seis meses, pagava os 5% restantes que, somados, dava uma bolada de 30%”, explica.

Ele investiu R$ 20 mil no Club Plus em outubro de 2009. Afirma que, até estourar o caso Maioline, em junho de 2010, recebia “religiosamente” os rendimentos mensais e semestrais. “Ao aplicar o dinheiro, Altino nos dava um cheque caução no valor dos rendimentos e com data certa para ser descontado. Depois que a imprensa divulgou o caso do Thales, ele deixou de pagar. Agora, falou na semana passada que quem quiser receber é só na Justiça”.

Segundo o advogado Sérgio Coelho, nem todos os seus clientes conheceram Dantas. “Só um ou dois deles conheceu o Altino pessoalmente. O restante teve contato com o clube de investimentos por indicação”, conta. Todas as ações movidas por Sérgio são de execução de título extrajudicial. “O Altino pegava o dinheiro das pessoas a título de empréstimo e dava um cheque como garantia. Os juros seriam recebidos mês a mês", afirma.

O delegado Islande não revela mais detalhes do inquérito de Dantas porque, segundo ele, isso poderia prejudicar as investigações. A reportagem não conseguiu contatar Altino Dantas. Na mineradora MSOL também ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.


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