Como os países do Golfo Pérsico se reinventaram como destinos de luxo global. Outrora sinônimo de vastas extensões de areia, tribos nômades e uma economia centrada na pesca e no comércio de pérolas, a região viveu uma das transformações mais impressionantes do mundo moderno.

Impulsionados pela descoberta do petróleo no século 20, países como os Emirados Árabes Unidos (EAU), Qatar e Arábia Saudita canalizaram bilhões de dólares em projetos visionários, erguendo cidades ultramodernas que combinam arranha-céus icônicos, ilhas artificiais e resorts de luxo com um rico patrimônio cultural.

Hoje, essas nações não são apenas potências energéticas, mas verdadeiros ímãs turísticos, atraindo milhões de visitantes em busca de experiências que misturam opulência contemporânea, aventura no deserto e herança ancestral. Essa evolução os posicionou como destinos de elite, rivais de metrópoles como Nova York ou Paris, e símbolos de uma diversificação econômica bem-sucedida.

Em 2024, o turismo na região registrou números recordes. Dubai, porta de entrada principal dos EAU, recebeu 18,72 milhões de visitantes internacionais. No primeiro semestre de 2025, a cidade já acolheu cerca de 9,88 milhões, mantendo um crescimento de 6% em relação ao ano anterior. 

Revolução do Ouro Negro

O prédio abriga residências, escritórios, restaurantes e o hotel Armani, além do mirante At the Top, no 148º andar. O projeto custou cerca de US$ 1,5 bilhão e tornou-se cartão-postal definitivo de Dubai. Acredite se quiser: são 828 metros de altura (!) e 163 andares. Flickr Andreas Mariotti
No topo da lista, o Burj Khalifa: o edifício mais alto do mundo desde sua inauguração em 2010. Projetado pela mesma firma da Cayan Tower, a Skidmore, Owings & Merrill, o arranha-céu é um ícone global de engenharia e design. Sua forma é inspirada no desabrochar de uma flor islâmica. Flickr Asifgraphy.com
Apesar de sua imponência, o prédio enfrentou atrasos e disputas legais que afetaram sua ocupação. Ainda assim, seu visual clássico e simétrico contrasta com a ousadia de outras torres, oferecendo uma imponência sólida à orla da Dubai Marina. Divulgação
Com 425 metros e 101 andares, o Marina 101 é o segundo prédio mais alto de Dubai. Concluído em 2017, foi concebido como uma combinação de hotel e residência de luxo, com a marca Hard Rock ocupando os andares mais baixos. Norlando Pobre/Wikimédia Commons
A torre é inteiramente residencial, com mais de 700 apartamentos. Sua altura e localização a tornaram desejada por investidores estrangeiros, embora a concorrência acirrada na região tenha impactado sua taxa de ocupação. Divulgação
Vamos ao Top-3? Com 413 metros e 101 andares, a Princess Tower foi, por um tempo, o edifício residencial mais alto do mundo. Inaugurada em 2012, é uma das joias da Dubai Marina, marcada por seu topo em forma de cúpula. Norlando Pobre/Wikimédia Commons
O edifício traz uma estética sóbria e elegante. Apesar da concorrência feroz, sua localização privilegiada e o foco em exclusividade seguem atraindo compradores de alto poder aquisitivo. É o quarto lugar da lista. Norlando Pobre/Wikimédia Commons
Medindo 393 metros, o 23 Marina é um dos primeiros arranha-céus ultra-altos da cidade a explorar o conceito de "penthouses suspensas". Inaugurado em 2012, combina apartamentos de luxo com elevadores privativos em algumas unidades. Divulgação
Oferecendo mais de 600 unidades, o prédio se destaca por amenidades como piscinas internas, salas de jogos e vista panorâmica do Golfo Pérsico. A torre - que surge em quinto na nossa lista - buscou unir elegância clássica à vida urbana de luxo. Divulgação
Com 380 metros e 87 andares, o Elite Residence é outro gigante da Dubai Marina. Finalizado em 2012, ele mistura arquitetura neoclássica com design moderno, criando uma silhueta inconfundível. Norlando Pobre/Wikimédia Commons
Sua estrutura futurista de vidro e aço abriga salas corporativas e centros de conferência. É símbolo da presença comercial e financeira de Dubai no mercado global. Guilhem Vellut;/Wikimédia Commons
A Almas Tower é a mais alta da região de Jumeirah Lakes Towers, com 360 metros e 68 andares, aparecendo na sexta colocação. Inaugurada em 2009, é conhecida por abrigar o Dubai Multi Commodities Centre. Flickr David James
Apesar do luxo, seu visual mais simples reflete um projeto focado na funcionalidade hoteleira. A altura se impõe, mas o serviço e a localização são os grandes atrativos. Reprodução do X @MSimath
Com 356 metros, o Gevora Hotel detém o título de hotel mais alto do mundo. Inaugurado em 2018 na Sheikh Zayed Road, ele oferece 528 quartos distribuídos em 75 andares. No quesito prédios, fica na nossa sétima posição. Divulgação
O hotel abriga restaurantes premiados, spas e salões de eventos. Seu design vertical otimiza espaço e garante conforto mesmo em meio ao ritmo acelerado da cidade. Fica na oitava colocação. Tristan Surtel/Wikimédia Commons
O complexo do JW Marriott Marquis é formado por duas torres gêmeas, cada uma com 355 metros. Inaugurado em 2012, os prédios abrigam mais de 1.600 quartos e são voltados ao turismo de negócios. Flickr JW Marriott Marquis
O design em forma triangular ajuda a resistir aos ventos e maximiza o espaço útil. Até hoje, é referência de sofisticação nos negócios da cidade. Jackardsiffant/Wikimédia Commons
Com 354 metros, a Emirates Tower One é parte do complexo Emirates Towers, símbolo do setor corporativo de Dubai. Concluída em 2000, foi um marco para a era pré-Burj Khalifa, surgindo na nona colocação. - Flickr RomDxb
Desenvolvida pela Damac Properties, a torre reúne arte contemporânea, automação residencial e áreas comuns de alto padrão. É um dos novos símbolos da vida de luxo em Dubai. Norlando Pobre/Wikimédia Commons
Com 335 metros, a Damac Heights ocupa a décima posição. O prédio impressiona pela fachada ondulada. Inaugurada em 2018, ela incorpora elementos modernos e oferece vista panorâmica da Marina. Flickr redlac real estate
Os altos custos de manutenção, competição intensa na Dubai Marina e limitações práticas causadas pela estrutura torcida, que reduz a flexibilidade do uso interno, são os maiores motivos de sua baixa ocupação. Com isso em mente, conheça a lista dos dez maiores prédios de Dubai! Flickr SAUD AL-OLAY
A Cayan Tower, com seus 75 andares torcidos em 306 metros, exemplifica essa ambição estética. Ainda que não esteja entre as mais altas, ela enfrenta baixa ocupação. Mais de uma década depois de sua inauguração, muitos de seus apartamentos ainda estão vazios. Flickr Gerry van Gent
Dubai, cidade nos Emirados Árabes Unidos, tornou-se símbolo global da arquitetura arrojada e da busca incessante por recordes verticais. O cenário urbano da cidade, marcado por linhas futuristas e estruturas ousadas, chama atenção por ir além da simples altura. Incluindo até mesmo problemas por conta disso. Flickr Dan

A transformação dos países do Golfo Pérsico é indissociável da descoberta do petróleo, que marcou o fim de uma era de subsistência baseada em pesca, mergulho por pérolas e comércio caravaneiro, e o início de uma prosperidade sem precedentes. Antes do século 20, a região era habitada por tribos beduínas nômades e comunidades costeiras que dependiam do Mar Arábico para sobrevivência. O comércio de pérolas, por exemplo, era a principal atividade econômica em áreas como o atual Qatar e os EAU, com mergulhadores arriscando a vida em águas profundas para coletar ostras valiosas, exportadas para mercados europeus e indianos.

Tudo mudou com as primeiras descobertas de petróleo. Na Arábia Saudita, o óleo foi encontrado em quantidades comerciais em 1938, no poço Dammam, pela companhia americana Aramco (então Standard Oil of California). Isso ocorreu em meio a concessões exploratórias concedidas pelo rei Abdulaziz Al Saud, fundador do reino moderno em 1932. A produção em massa começou após a Segunda Guerra Mundial, impulsionando a economia saudita de uma sociedade agrária e tribal para uma potência global.

Nos Emirados Árabes Unidos, formados em 1971 após a independência britânica, o óleo foi encontrado em Abu Dhabi em 1958 e em Dubai em 1966. Liderados por visionários como o Sheikh Zayed bin Sultan Al Nahyan (fundador dos EAU), os emirados canalizaram os bilhões em projetos ambiciosos. Dubai, em particular, evoluiu de um pequeno porto comercial para uma metrópole global, com o Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum impulsionando a diversificação para turismo e finanças desde os anos 1990. A construção de ilhas artificiais e arranha-céus simboliza essa era pós-petróleo, onde o turismo agora representa uma fatia crescente do PIB.



Dubai: o segredo do sucesso

A cerimônia foi realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, na quarta-feira (6/11), marcando a oitava edição do prêmio. Davide Mauro/Wikimedia Commons
Emirates oferece estadia gratuita em Dubai em promoção de inverno Uai Turismo
7º lugar: de Auckland, na Nova Zelândia, para Dubai, nos Emirados Árabes - O voo do Airbus A380-800 da Emirates percorre 14.200 quilômetros em 17 horas e 25 minutos. Divulgação Emirates
Design do Museu do Futuro de Dubai impressiona Rafael Alves/EM/D.A Press
Museu do Futuro de Dubai Rafael Alves/EM/D.A Press
O hotel Atlantis The Royal impressiona até mesmo para os padrões de Dubai The Royal/Divulgação
O ambiente pró-negócios e os baixos impostos de Dubai fizeram com que 4 mil milionários desembarcassem no país em 2022 Timo Volz/Pexels - 11/2/22

Localizada nos Emirados Árabes Unidos, Dubai consolidou-se como uma das cidades mais icônicas do mundo, combinando arquitetura futurista, luxo extravagante e avanços em inovação. Nas últimas décadas, o emirado passou por uma transformação radical, evoluindo de uma região desértica para um hub global de turismo, negócios e tecnologia, atraindo milhões de visitantes e expatriados anualmente.

Com arranha-céus imponentes, como o Burj Khalifa – o edifício mais alto do planeta –, shoppings grandiosos e hotéis de padrão internacional, Dubai destaca-se pelo estilo de vida cosmopolita e infraestrutura moderna. A cidade oferece segurança elevada, com baixos índices de criminalidade, limpeza impecável e serviços públicos eficientes, mesmo em um clima desértico marcado por temperaturas extremas.

A qualidade de vida é um dos pilares do sucesso de Dubai. Expatriados e residentes beneficiam-se de transporte público eficiente, serviços de saúde de alto nível, escolas internacionais e uma diversidade cultural que facilita a integração de diferentes nacionalidades. Embora o custo de vida seja elevado em áreas centrais e bairros luxuosos, salários competitivos e benefícios corporativos atraem profissionais qualificados de todo o mundo.

Sustentabilidade

Nos últimos anos, o governo local tem priorizado a sustentabilidade como estratégia chave para o futuro. Projetos como o Parque Solar Mohammed bin Rashid Al Maktoum, um dos maiores complexos de energia renovável do planeta, somam-se a iniciativas de reciclagem, uso racional de água, expansão do metrô e ônibus elétricos, além de construções ecológicas. Essas medidas visam equilibrar o crescimento econômico acelerado com a preservação ambiental.

A economia dinâmica de Dubai impulsiona seu status global, com ênfase em setores como turismo, comércio internacional, tecnologia da informação, construção civil e finanças. Políticas de impostos reduzidos atraem multinacionais, enquanto eventos internacionais e feiras de negócios geram oportunidades de emprego. O sistema educacional, com currículos internacionais e foco em inovação tecnológica, também contribui para atrair famílias e estudantes.

Entre as atrações imperdíveis estão o Dubai Mall, praias artificiais, safáris no deserto e o bairro histórico de Al Fahidi. Para visitantes, é essencial respeitar costumes locais, como vestuário modesto e restrições ao consumo de álcool em espaços públicos, além de planejar viagens evitando os meses mais quentes.

Com acesso facilitado pelo Aeroporto Internacional de Dubai, um dos mais movimentados do mundo, a cidade continua a reinventar-se, alinhando tradição islâmica à modernidade. Para muitos, Dubai representa não apenas um destino turístico, mas uma experiência transformadora que une luxo, inovação e visão de futuro.

O que os turistas precisam saber antes de viajar

Embora acolhedores, esses destinos são conservadores e baseados na cultura islâmica. Aqui vão dicas essenciais:

Vistos e entrada: a maioria dos turistas de países ocidentais, América Latina e Ásia obtém visto na chegada ou e-visa online nos EAU, Qatar e Arábia Saudita. Verifique requisitos específicos nos sites oficiais (ex: Visit Dubai, Visit Qatar ou Visit Saudi).

Código de vestimenta: vista-se de forma modesta em áreas públicas: cubra ombros e joelhos para homens e mulheres. Mulheres podem precisar de abaya ou lenço na cabeça em mesquitas ou locais sagrados na Arábia Saudita. Em resorts e hotéis de luxo nos EAU e Qatar, trajes de praia são permitidos.

Regras culturais e legais: Evite demonstrações públicas de afeto, consumo de álcool fora de hotéis licenciados e fotografias de pessoas sem permissão. Durante o Ramadã, respeite o jejum (não coma ou beba em público durante o dia).

Clima e melhor época: O calor é intenso no verão (acima de 40°C); prefira novembro a abril para temperaturas agradáveis.

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Outras Dicas: Use transporte por app (como Careem), beba água engarrafada e contrate seguro viagem. O inglês é amplamente falado.

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