O risco de suicídio entre pessoas com esquizofrenia é alarmante: cerca de 5% acabam tirando a própria vida, índice que é 37 vezes maior entre pacientes sem tratamento adequado. No Brasil, a doença afeta aproximadamente 1,6 milhão de pessoas e, além dos sintomas psicóticos — como alucinações, delírios e comportamentos desorganizados —, impõe elevado impacto emocional e social para quem convive com o diagnóstico e, também, para familiares e rede de apoio. No domingo (30/11) o jovem Gerson de Melo Machado, de 19 anos, morreu, em João Pessoa, Paraíba, após invadir a jaula de leões em um zoológico. Perícia psiquiátrica havia apontado que ele tinha ‘quadro de esquizofrenia com sintomas psicóticos ativos’.
Leia Mais
“Manter o tratamento de forma contínua é um dos pontos mais importantes para quem convive com esquizofrenia. Isso porque, quando o medicamento é tomado de forma correta, ele ajuda a evitar recaídas - momentos em que os sintomas voltam com força, podendo acarretar a novas internações ou afastamento das atividades cotidianas. Já quando o paciente interrompe o tratamento por conta própria, há maior risco de piora dos sintomas e dificuldade para retomar o controle da doença depois”, afirma Tatiane Pan, neurologista e gerente médica da área de Sistema Nervoso Central da Adium.
Medicações antipsicóticas injetáveis de longa ação (LAI) se apresentam como uma alternativa segura e comprovada para melhorar a adesão. Por manterem níveis estáveis no organismo, reduzem flutuações nos sintomas e podem minimizar efeitos colaterais associados a variações de dose. O palmitato de paliperidona, por exemplo, demonstrou reduzir em até 40% as taxas de recaída e em 85% a duração das hospitalizações, além de favorecer a qualidade de vida e o funcionamento diário.
“Medicações injetáveis funcionam como um “aliado silencioso”, ou seja, o paciente recebe a dose no consultório ou unidade de saúde, e o remédio vai agindo aos poucos, de forma constante, sem precisar lembrar de tomar comprimidos todos os dias, o que ajuda a reduzir a má adesão por esquecimento, negação da doença ou fatores sociais e/ou logísticos. Isso melhora a continuidade terapêutica, reduz tempo gasto em “checagem” da medicação e facilita o seguimento clínico”, alega a gerente médica.
Ela explica que ensaios clínicos controlados e estudos de extensão com palmitato de paliperidona demonstraram atraso no tempo até a recaída e menores taxas de recaída em comparação aos controles em pesquisas de prevenção. “Além disso, análises de prática clínica indicam redução nas hospitalizações e no uso de recursos de saúde entre pacientes tratados com as formulações de longa duração do medicamento. Estudos de acompanhamento de até três anos com formulações de intervalos estendidos também mostraram alta proporção de pacientes livres de recaída durante todo o período avaliado. Esses resultados reforçam que, em pacientes selecionados (especialmente aqueles com histórico de não adesão ao tratamento ou de recaídas), a paliperidona palmitato proporciona um benefício clínico significativo na prevenção de recaídas e na diminuição das internações”, complementa.
Nesse contexto, a Adium, farmacêutica presente em 18 países da América Latina, anunciou recentemente o lançamento no Brasil do Vegapali (palmitato de paliperidona), medicamento injetável mensal indicado para o tratamento da esquizofrenia e do transtorno esquizoafetivo. Com fórmula de liberação prolongada, a nova opção terapêutica visa ampliar a adesão e melhorar os desfechos clínicos de pacientes que convivem com essas condições crônicas. O produto está disponível nas apresentações de 50 mg, 75 mg, 100 mg e 150 mg, em seringas preenchidas para aplicação intramuscular mensal.
