Conhecido pelas misteriosas manchas de tinta, o teste é uma ferramenta de avaliação psicológica - (crédito: Teste Rorschach/Reprodução)
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O teste de Rorschach voltou aos holofotes com a série “Tremembé”, que retrata a rotina de presos famosos e acaba de ter sua segunda temporada confirmada. Nomes como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá passaram pelo exame psicológico durante o cumprimento de suas penas.
Conhecido pelas misteriosas manchas de tinta, o teste é uma ferramenta de avaliação psicológica usada para traçar o perfil de personalidade de uma pessoa.
É interpretada por Letícia Rodrigues, atriz, bailarina e roteirista paulista, conhecida por trabalhos autorais no teatro e no audiovisual, como o solo 116 Gramas.
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Sandra Regina Gomes - conhecida como “Sandrão”, foi condenada a cerca de 27 anos de prisão por participar do sequestro e morte de um adolescente de 14 anos. Em Tremembé, é retratada por seu envolvimento com Elize Matsunaga e Suzane von Richthofen.
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Quem dá vida a Cristian é o ator Kelner Macêdo, ator paraibano conhecido por atuações em séries e filmes nacionais, como Onde Nascem os Fortes e Cangaço Novo.
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Cristian Cravinhos - condenado a 38 anos de prisão pelos assassinatos Manfred e Marísia von Richthofen. Sua história ganha destaque por um relacionamento com outro detento, retrato que ele atualmente nega.
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Foi interpretado pelo ator carioca Felipe Simas, conhecido por novelas como Totalmente Demais e Salve-se Quem Puder.
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Daniel Cravinhos - então namorado de Suzane von Richthofen, participou com o irmão Cristian do assassinato dos pais dela e foi condenado a 38 anos e 11 meses de prisão.
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Foi interpretado pelo ator Lucas Oradovschi, que se preparou por 2 meses com entrevistas, fotos e vídeos disponíveis. Conhecido por trabalhos no teatro e participações em produções televisivas recentes, destaca- se por papéis dramáticos.
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Alexandre Nardoni - condenado a 31 anos, 1 mês e 10 dias de prisão por sua participação no assassinato e com pena agravada por ser pai de Isabella Nardoni.
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Anna Carolina é interpretada por Bianca Comparato, atriz carioca conhecida por papéis de destaque em produções da Netflix. Formada em cinema em Londres, é elogiada pela versatilidade e intensidade de suas interpretações.
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Anna Carolina Jatobá - condenada a 26 anos de prisão pelo assassinato da enteada Isabella Nardoni, que tinha cinco anos em 2008, crime cometido junto do marido, Alexandre Nardoni., de quem se separou ao deixar a prisão em 2023.
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Elize é interpretada pela atriz Carol Garcia, que realizou uma preparação minuciosa, incluindo aulas práticas com um açougueiro para entender técnicas de corte e compreender o contexto do crime.
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Elize Matsunaga - foi condenada em 2012 a 16 anos e três meses de prisão pela morte do marido, Marcos Kitano Matsunaga, e cumpre liberdade condicional desde 2022.
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Marina Ruy Barbosa é quem dá vida a Suzane na série.
A atriz carioca é
reconhecida por papéis marcantes em novelas da TV Globo, como Império e Totalmente Demais. Além da carreira artística, tornou-se referência de estilo e figura influente na moda nacional.
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Suzane von Richthofen - foi condenada a 39 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato dos pais em 2002.
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A produção adotou um trabalho minucioso nos aspectos psicológico, físico e ético para retratar com fidelidade e responsabilidade os casos reais que inspiraram a série. A seguir, conheça os condenados e os atores que deram vida a esse projeto.
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Para dar autenticidade à série, o elenco passou por intensa preparação, com apoio de psicólogos forenses, estudos sobre comportamento criminal, acesso a processos e documentários, além de oficinas com profissionais do sistema prisional.
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A produção retrata o cotidiano da Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé, no interior de São Paulo, conhecida como o “presídio dos famosos”.
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A série "Tremembé", lançada em 31 de outubro no Prime Video, apresenta uma abordagem ficcional inspirada em autores de crimes de grande repercussão nacional. É baseada em livros como "Suzane: Assassina e Manipuladora" e "Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido" do jornalista Ullisses Campbell.
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No sistema prisional, é um dos instrumentos que auxiliam a Justiça a decidir sobre a progressão de pena dos detentos, analisando se eles têm condições de retornar ao convívio social.
O método foi criado pelo psiquiatra suíço Hermann Rorschach no início do século 20. De acordo com Leninha Wagner, neuropsicologia, mestre em psicanálise e perita judicial em Psicologia, são usadas dez pranchas com manchas de tinta simétricas, sempre as mesmas, na mesma ordem, seguindo um procedimento clássico:
Primeiro a fase das respostas livres
Depois o inquérito, onde o paciente explica como percebeu aquilo que viu
“As dez [pranchas] funcionam como dez portais distintos para observar organização perceptiva, integração cognitivo-afetiva e estilo interpretativo“, destaca.
A pessoa avaliada deve dizer o que vê em cada uma delas, sem respostas certas ou erradas. "O resultado nasce da transformação de cada resposta em dados codificados com critérios muito específicos: localização da percepção, determinantes (movimento, forma, cor, textura), conteúdos temáticos, originalidade, frequências normativas, qualidade formal, modos de organização”, detalha a especialita.
Logo, vem a síntese, uma integração dos elementos capaz de revelar o estilo de personalidade, os modos de lidar com afeto, impulso, ambivalência, conflito e realidade. “Nada de adivinhação, é metodologia psicométrica aplicada à vida psíquica.”
Em resumo, a análise busca revelar aspectos da estrutura de personalidade, como o funcionamento emocional, a capacidade de controle dos impulsos e a maneira como o indivíduo lida com a realidade e com os outros. O objetivo é criar um mapa do mundo interno da pessoa, identificando padrões de pensamento e comportamento.
No contexto jurídico, o teste de Rorschach é aplicado como parte de um exame criminológico completo. Ele não serve para determinar a culpa ou inocência de alguém, mas para avaliar as condições psicológicas do condenado.
Os laudos gerados a partir do teste, como os de Nardoni e Richthofen, compõem o processo judicial. Essas avaliações ajudam a embasar a decisão de um juiz sobre pedidos de progressão para regimes mais brandos, como o semiaberto.
Leninha Wagner explica que no consultório o teste é usado quando é necessário enxergar o modo de funcionamento da personalidade em profundidade, não a caricatura superficial. É muito usado em pacientes com:
“É o instrumento eleito quando a clínica pede um telescópio para observar o ‘como’ a mente opera, não apenas o ‘o quê’.”
Vale destacar que é muito fácil achar o teste de Rorschach em sites, mas especialistas destacam que ele deve ser feito apenas por profissionais capacitados. Do contrário, o indivíduo pode receber um resultado que não condiz com a realidade.