Normalmente, o climatério inicia-se por volta dos 40 anos, embora variações individuais possam ocorrer devido a fatores genéticos, estilo de vida e saúde geral -  (crédito: Freepik)

Normalmente, o climatério inicia-se por volta dos 40 anos, embora variações individuais possam ocorrer devido a fatores genéticos, estilo de vida e saúde geral

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A menopausa é uma fase natural na vida de todas as mulheres, marcando o fim da menstruação e da capacidade reprodutiva. No entanto, antes de atingir esse estágio, as mulheres passam por uma transição conhecida como climatério. O período, temido por muitas por ser considerado o prenúncio do fim da vida sexual ativa, é desmitificado pela ginecologista do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM), Aline Whately, que esclarece alguns aspectos e orienta sobre como lidar com os sintomas e se preparar para receber a menopausa.

O que é?

A médica explica que a pré-menopausa, conhecida como climatério, refere-se ao momento que antecede a menopausa. Normalmente, inicia-se por volta dos 40 anos, embora variações individuais possam ocorrer devido a fatores genéticos, estilo de vida e saúde geral. “Durante essa fase, os ovários começam a produzir os hormônios femininos, estrogênio e progesterona, de forma irregular, levando a mudanças no ciclo menstrual e sintomas específicos. Essa produção hormonal vai sofrendo uma gradativa redução, porém essa redução não é uniforme, ocorre de forma totalmente aleatória até culminar com a falência ovariana. Assim, não é raro alterarmos meses de hemorragias, com meses de pouco fluxo menstrual, ou ainda meses de ausência de menstruação. Só podemos dizer que a paciente atingiu a menopausa após um período de um ano sem menstruar.”

Sinais e sintomas iniciais

Os primeiros sinais da pré-menopausa incluem irregularidades no ciclo menstrual, alterações de humor, insônia, ondas de calor e diminuição da libido. Aline enfatiza a importância de reconhecer esses sintomas como parte natural do processo e destaca que, em alguns casos, o acompanhamento médico pode ser necessário para gerenciar desconfortos. “Caso os sintomas estejam interferindo na vida da mulher e impactando sua rotina negativamente, a busca por orientação médica pode ajudar a mitigar sintomas incômodos e garantir um processo mais tranquilo durante essa fase de transição”, frisa.

Mitos sobre o climatério

A ginecologista enfatiza que cada mulher experimenta essa fase de maneira única e que nem todos os sintomas são universalmente aplicáveis. Além disso, ressalta que a pré-menopausa não é o fim da vitalidade ou da feminilidade, mas sim uma nova etapa na vida da mulher.

A médica elenca alguns mitos sobre o assunto:

A menopausa é um processo súbito

A menopausa não ocorre de forma repentina. A mulher passa por transformações em um processo gradual que se estende por vários anos. “Reconhecer essa transição é essencial para entender e gerenciar seus efeitos”, destaca a especialista.

Todas as mulheres experimentam os mesmos sintomas

Aline ressalta que cada mulher é única, e seus sintomas podem variar significativamente. Enquanto algumas experimentam ondas de calor intensas, outras podem não apresentar esse sintoma. Dessa forma, o tratamento, quando necessário, deve ser personalizado de acordo com as necessidades individuais.

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O climatério significa o fim da vida sexual

O climatério não deve ser visto como o fim da vida sexual. “Com as abordagens certas, muitas mulheres continuam a ter uma vida sexual plena durante e após essa fase”, salienta. A comunicação aberta com o parceiro e o acompanhamento médico são fundamentais.

Todas as mulheres precisam de terapia hormonal

Segundo a ginecologista do CEJAM, a terapia hormonal não é a única opção para lidar com os sintomas do climatério. Há abordagens individualizadas, considerando fatores como histórico médico e preferências pessoais. Consultar um profissional de saúde é crucial para explorar as melhores opções de tratamento.

O climatério aumenta o risco de depressão

O climatério chega na vida de muitas mulheres – aquelas que são mães – justamente em um momento delicado, conhecido como síndrome do ninho vazio, que é quando os filhos crescem e deixam a casa dos pais, mudando radicalmente sua rotina. Mas, mesmo para aquelas que não possuem filhos, todos os sintomas relacionados a este estágio da vida, como ansiedade, irritação e labilidade emocional podem também levar a um quadro de depressão.

Nesse aspecto, a especialista lembra a importância de praticar exercícios físicos regularmente para manter hábitos saudáveis e o equilíbrio emocional e, claro, buscar ajuda profissional se necessário. “A atividade física nesse período não apenas ajudará a manter a saúde cardiovascular e o peso corporal, mas também atuará como importante ferramenta para aliviar sintomas como insônia e alterações de humor”, finaliza.