Pessoas usando máscaras e outras não usando em uma rua movimentada em Belo Horizonte -  (crédito: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Pessoas usando máscaras e outras não usando em uma rua movimentada em Belo Horizonte

crédito: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Com o aumento de casos de COVID-19 registrados nos últimos meses em Belo Horizonte, o Estado de Minas foi às ruas para saber como andam os cuidados da população contra a doença, principalmente no uso da máscara. O item é apontado pelos especialistas como fundamental para diminuir o contágio.

Ronei Martins, de 47 anos, conta que a máscara virou item imprescindível para ele, já que está fazendo um tratamento contra câncer no momento.

“Tem uns quatro meses que voltei a usar a máscara, mais ou menos o tempo que estou em tratamento. Estou usando para prevenir. Antes, eu estava usando dentro do ônibus. Agora, uso o tempo todo, em todos os lugares”, diz.

Um homem com uma máscara em uma rua de Belo Horizonte

Na foto, Ronei Martins, 47 anos.

Leandro Couri/EM/D.A Press

Já Karen Matias, de 27 anos, que trabalha como balconista em uma lanchonete na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, comentou que voltou a usar o equipamento de proteção não apenas pela COVID, mas por causa de outras doenças.

“Estou voltando a usar agora de novo, não só pela COVID, mas pela gripe também, que está forte. E por ter minha mãe doente em casa, estou usando também para preveni-la”, afirma.

Os irmãos João Resende, de 66 anos, e Maria das Dores, de 68, ressaltaram que voltaram a usar a máscara como precaução devido ao aumento de casos de COVID-19.

“A gente está voltando a usar a máscara para proteção. O coronavírus está voltando. Eu tive COVID e fiquei bem baqueado”, relatam.

Um homem e uma mulher em uma rua de Belo Horizonte

Na foto, João Resende Filho, 66 anos, aposentado. Maria das Dores, 68 anos, aposentada.

Leandro Couri/EM/D.A Press

Estado de Minas também encontrou, pelas ruas de Belo Horizonte, pessoas que vêm mantendo o uso da máscara desde a pandemia, sem interromper a proteção para elas e as outras pessoas.

Uma delas é Edna Azevedo, de 76 anos. A aposentada afirma que nunca deixou de usar o equipamento de proteção, mesmo quando a situação da doença ficou mais branda.

Uma mulher com máscara em uma rua de Belo Horizonte

Na foto, Edna Azevedo, 76 anos, aposentada

Leandro Couri/EM/D.A Press

“Por uma questão de proteção, tanto para mim como para os outros também, porque eu não sei se a pessoa que está perto de mim pode estar. Eu tenho que fazer a minha parte”, explica ela.

Para Lucia de Carvalho, de 58 anos, o uso da máscara é um dos hábitos que possui por causa da profissão. Ela é cuidadora de idosos e enfermeira, trabalhos que exigem a proteção.

Uma mulher de máscara em uma rua de Belo Horizonte

Na foto, Lucia de Carvalho, 58 anos, cuidadora de idosos e enfermeira.

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“Nunca parei de usar. Há muitas pessoas gripadas no ônibus – e não foi todo mundo que tomou a vacina. Como trabalho com idosos, nunca parei de usar. Também tive COVID duas vezes e por isso também nunca parei de usar”, conta Lucia.

Especialistas falam sobre o uso do equipamento

Luana Araújo, médica infectologista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lembra que há um aumento no número de casos da doença em diversas regiões do país, incluindo Minas Gerais. Essa alta nas infecções pela COVID também gerou elevação nos casos graves, especialmente em pessoas que não se vacinaram ou se imunizaram há muito tempo.

“A vacina diminui as chances de se ter um quadro grave, que possa evoluir para internação hospitalar e óbito, mas ela não é a melhor opção para a interrupção do ciclo de infecção. A melhor maneira de interromper esse ciclo, para fazer com que a pessoa não pegue [a COVID], é tomar medidas como a higiene das mãos, distanciamento e uso de máscaras”, diz a infectologista.

Luana ainda afirma que esse aumento pode estar relacionado a novas variantes que estão circulando e à ausência das medidas de segurança, como o uso de máscaras. Isso pode fazer com que as pessoas fiquem expostas e entrem em contato com novas versões do vírus.

Na visão de Dirceu Greco, médico infectologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o contágio da COVID ainda não desapareceu. O especialista acredita que a vacinação é a melhor maneira de se diminuir a ação dessas novas variantes.

Sobre um possível retorno da obrigatoriedade do uso das máscaras, o especialista destacou que essa “é uma decisão difícil de se tomar”. Greco ainda ressaltou que pessoas mais suscetíveis, como idosos, pessoas com comorbidades e imunossuprimidos, precisam se proteger com máscara e utilizar as medidas de higiene das mãos, com água ou álcool em gel.

*Estagiário sob a supervisão do subeditor Fábio Corrêa