FOLHAPRESS - Jair Bolsonaro (PL) passou por uma cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral nesta quinta-feira (25/12) sem intercorrências, segundo os médicos responsáveis pela operação. O procedimento ocorreu como previsto, e o ex-presidente deve ficar internado por um período de cinco a sete dias.

"Ele tomou anestesia geral, já está acordado, esta no quarto, inclusive", afirmou o cirurgião Cláudio Birolini. "Agora, nesses próximos dias, os cuidados serão voltados para analgesia, fisioterapia e profilaxia de tromboembolismo venoso."

Na próxima segunda-feira (29/12), os médicos vão avaliar se Bolsonaro deve ser submetido a um novo procedimento, desta vez para amenizar as crises de soluço pelas quais o ex-presidente vem passando. Essa decisão pode prolongar o tempo de internação.

O ex-chefe do Executivo está cumprindo pena de prisão por tentativa de golpe de Estado e precisou de autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), para deixar temporariamente o cárcere, na Superintendência da Polícia Federal.

Os médicos não quiseram antecipar opinião sobre um eventual novo pedido de prisão domiciliar para o ex-presidente por razões de saúde. "Seria muito precoce", afirmou o cardiologista Brasil Ramos Caiado.

A alta de Bolsonaro e seu possível retorno à prisão na Superintendência da Polícia Federal, na avaliação dos médicos, dependerá de seu estado após alguns dias de recuperação. "Ele precisa estar bom o suficinte para o autocuidado, tomar banho, se vestir, comer. Nesse momento, para tomar banho, ele precisa de ajuda", afirmou Birolini.

O procedimento, realizado no hospital DF Star, em Brasília, começou por volta das 9h40 e terminou cerca de três horas depois, sem intercorrências.

A hérnia bilateral foi corrigida com um reforço da parede abdominal, com o uso de uma tela de material plástico. A hérnia era maior do lado direito, enquanto o lado esquerdo se apresentava em fase inicial.

Hérnia inguinal é uma condição em que um tecido do abdômen incha e faz aparecer uma protuberância na região da virilha. Bolsonaro foi internado um dia antes, na véspera do Natal, para passar por exames pré-operatórios, que confirmaram que o ex-presidente estava apto a ser operado.

Os médicos vão avaliar a necessidade do procedimento contra os soluços nos próximos dias. Inicialmente, por precaução, haverá uma tentativa de reduzir os sintomas de gastrite e esofagite com tratamento clínico, medicação e dietas.

Caso seja necessário, o procedimento será feito com avaliação de ultrassom e a injeção de uma substância anestésica, com corticoide. "O procedimento é mais invasivo. Se pudermos resolver de forma clínica, é mais seguro", disse Caiado, destacando a idade de Bolsonaro, que tem 70 anos.

Apoiadores e familiares de Bolsonaro

Na manhã desta quinta-feira, alguns apoiadores estiveram do lado de fora do hospital onde Bolsonaro está internado e fizeram orações. Eles levaram bandeiras do Brasil para o local. Do lado de fora do hospital também havia policiais militares.

O ex-presidente passa frequentemente por procedimentos médicos devido à facada da qual foi vítima durante a campanha eleitoral de 2018. Em abril deste ano, por exemplo, foi submetido a uma operação de 12 horas para desobstrução intestinal.

Moraes autorizou o ex-presidente a receber visitas de sua mulher, Michelle, e de seus filhos Flávio, Carlos, Jair Renan e Laura enquanto estiver internado. O ministro do STF, porém, proibiu o porte de celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos.

Eduardo Bolsonaro, também filho do ex-presidente da República, não consta da decisão de Moraes. Eduardo está nos Estados Unidos desde o início deste ano. 

A PF ficará responsável pela vigilância e a segurança de Bolsonaro durante todo o período de sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão.

A corporação deverá garantir a segurança e a fiscalização ininterruptas com, no mínimo, dois policiais federais posicionados na porta do quarto hospitalar, além das equipes que entender necessárias, tanto nas dependências internas quanto externas do hospital. 

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Moraes autorizou a cirurgia de Bolsonaro após a perícia médica da PF afirmar que o ex-presidente, de fato, precisaria ser submetido a cirurgia eletiva com rapidez.

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