O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ocupou, na noite desta terça-feira (9/12), a cadeira da presidência da Câmara em reação ao anúncio da análise do processo que pode levar à sua cassação. A sessão tratava do PL da Dosimetria, que reduz penas de condenados pela tentativa de golpe, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante a ocupação, Braga declarou que permaneceria no local até o desfecho da discussão. “Eu vou me manter aqui firme até o final dessa história. Se o presidente da Câmara quiser tomar uma atitude diferente daquela que ele tomou com os golpistas que ocuparam essa mesa diretora e que até hoje não tiveram qualquer punição, essa é uma responsabilidade dele. Eu aqui ficarei até o limite das minhas forças”, afirmou.

A referência foi ao episódio em que opositores ocuparam a mesa diretora durante a votação da anistia. Após a ação de Braga, o plenário foi esvaziado por seguranças, e a TV Câmara interrompeu a transmissão.

O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), marcou para esta quarta-feira (10) a análise do processo contra o deputado. Glauber é alvo de pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar. Em abril, o Conselho de Ética acolheu representação que acusa o parlamentar de empurrar e chutar um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) durante protesto no Congresso.

Alguns parlamentares manifestaram apoio ao deputado. O estadual João Paulo (PT) afirmou que a abertura do processo “é uma afronta à democracia”, dizendo que divergências políticas “não podem justificar perseguição”. A ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina também criticou o encaminhamento e declarou que a iniciativa “enfraquece a democracia”.

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