Em meio a escalada de feminicídios no país, o Levante Nacional Mulheres Vivas convocou atos em diversas cidades em protesto contra a onda de violência e assassinatos. Em Belo Horizonte, a manifestação está marcada para o próximo domingo (7/12) na Praça Raul Soares, região central da capital mineira, com concentração a partir das 10h.


Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP),  revelam que somente em 2025, o Brasil ultrapassou mil vítimas de feminicídio. Os casos aumentaram 26% em 2024 e, de janeiro a setembro deste ano, cerca de 2,7 mil mulheres sofreram tentativa de feminicídio e 1.077 foram assassinadas – uma média de quatro mulheres mortas por dia. Em Minas Gerais, somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados 78.697 casos de violência doméstica, além de 167 vítimas de feminicídio, sendo 72 mortes consumadas e 95 tentativas. 

“Esses números escancaram uma verdade incontornável: O feminicídio começa com o machismo e a misoginia enraizados em nossa sociedade, na descriminação, no descaso e negligência do estado e da sociedade. Precisamos lutar pelo direito a uma vida sem violência, por leis e políticas públicas que garantam uma vida digna e segura para todas as mulheres”, diz a nota do movimento. 

De acordo com o Levante, a intenção do ato, que deve ocorrer simultaneamente no próximo domingo em diversas cidades do país, é “denunciar a escalada da violência e exigir medidas efetivas de proteção às mulheres”. 

“O Levante Nacional Mulheres Vivas é um chamado à sociedade brasileira para que nenhuma mulher seja esquecida e para que a vida de cada uma seja defendida com firmeza e urgência”, afirma ainda a mesma nota.


Repercussão nacional

Nos últimos dias, casos de violência e assassinato de mulheres, como o de duas servidoras do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) Maracanã, no Rio de Janeiro, chocaram o país. Allane Pedrotti e Layse Costa Pinheiro foram mortas com tiros na cabeça por João Antônio Ramos, também servidor da instituição de ensino, que se matou em seguida. Ele tinha histórico de conflitos com mulheres e não aceitava ser subordinado a elas. 

Também chocou o país as imagens do atropelamento de Tainara Souza Santos, arrastada na Marginal Tietê, em São Paulo. Ela teve as duas pernas amputadas e permanece internada em estado grave. A família afirma que ela e o agressor tiveram um breve romance. Ele nega conhecer a vítima.

Em Minas Gerais, em julho deste ano, outro caso chocou a população. Matteos França, de 32 anos, confessou ter matado a mãe, a professora Soraya Tatiana Bonfim França, de 56, por causa de uma discussão envolvendo dívidas de jogo contraídas por ele. Ele esganou a mãe e depois jogou o corpo embaixo de um viaduto, em Belo Horizonte.

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