A Câmara de Belo Horizonte vai votar nesta quarta-feira (12/11) uma moção de apoio à megaoperação realizada pela polícia do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou 121 mortos.

A homenagem foi proposta pelos vereadores Pablo Almeida (PL), Sargento Jalyson (PL) e Wanderley Porto (PRD), que alegam que a ação "representou mais um ato de bravura e compromisso com o dever público".

Entre os mortos, segundo divulgação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, 17 pessoas não apresentavam nenhum histórico criminal. Nenhum dos mortos havia sido denunciado à Justiça pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). O principal alvo, o líder do Comando Vermelho, Edgar Alves de Andrade, conhecido como "Doca", não foi encontrado.

Os vereadores belo-horizontinos classificaram como "heróis" os quatro policiais que morreram na incursão e afirmaram que os oficiais simbolizam "exemplo de honra, disciplina e sacrifício".

A moção foi impugnada pelo vereador Pedro Patrus (PT), que pediu para aguardar que os detalhes da operação sejam esclarecidos. Além de mais de uma centena de mortos, foram detidas 113 pessoas.

"Ao celebrar uma operação que provoca tantas mortes, o que se faz é exaltar a retirada de vidas por parte do Estado, sejam elas vidas de moradores, pessoas em conflito com a lei ou policiais. Ignora-se o fato de que o Estado existe para agir dentro da lei, sem excessos", afirmou Patrus.

A incursão foi motivada pelo cumprimento de 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão. Dentre os alvos de detenção, quinze foram mortos e outros cinco presos.

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A operação, que ocorreu a menos de um ano das eleições, coincidiu com o aumento de popularidade do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que teve um salto de dez pontos percentuais em três meses, indo de 43%, em agosto, para 53% no fim de outubro, segundo pesquisa da Genial/Quaest.

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