O quarto relatório de monitoramento da Quaest sobre a COP30, divulgado neste sábado (25/10), mostra que a autorização para a Petrobras avançar nas pesquisas de exploração de petróleo na Margem Equatorial da Amazônia concentrou as atenções nas redes sociais e elevou o tom crítico em relação à conferência. O levantamento, que analisou o período entre 15 e 21 de outubro, registrou 105 mil menções sobre a COP30, feitas por 46 mil autores únicos, com média de 15 mil publicações por dia.
O estudo revela que, pela primeira vez desde julho, o sentimento negativo superou o positivo: as menções críticas cresceram de 28% para 31%, enquanto as favoráveis caíram de 26% para 22%. O tom neutro, de caráter mais informativo, manteve-se estável em 47%. Para a Quaest, os dados indicam uma mudança de fase no debate digital — da expectativa para o escrutínio — com maior cobrança sobre a coerência entre o discurso ambiental e as práticas do governo.
Leia Mais
O levantamento integra o quarto relatório de monitoramento digital da Quaest sobre a COP30. A coleta foi realizada entre os dias 15 e 21 de outubro de 2025, com base em menções públicas feitas em redes sociais e sites de notícias, em quatro idiomas (português, inglês, espanhol e francês). Foram analisados conteúdos produzidos por 46 mil autores únicos, em um universo de 105 mil postagens. Trata-se do Relatório nº 4 da série de cinco estudos previstos pela consultoria, que acompanha a evolução da opinião pública digital no período pré-COP30.
O pico de discussões ocorreu justamente após o anúncio da autorização de perfuração na Foz do Amazonas, interpretado por ambientalistas e parte da sociedade como contradição à pauta climática da COP30. “Foi interrompida a tendência de crescimento do sentimento positivo em relação à COP30. Dois episódios tiveram destaque nesse contexto: o voto ao veto presidencial à Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a autorização concedida pelo Ibama à Petrobras”, afirmou Marina Siqueira, diretora de Sustentabilidade da Quaest.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Apesar da queda no engajamento em relação às semanas anteriores, com alcance médio de 1,2 milhão de visualizações por hora, a COP30 segue entre os principais temas de debate nacional. Além da exploração de petróleo, ganharam espaço eventos pré-conferência que reuniram figuras como o rei Charles, a cantora Anitta e o cacique Raoni, reforçando a dimensão simbólica do Brasil no cenário internacional. Já no campo positivo, iniciativas ligadas à transição energética e ao financiamento climático foram mencionadas, ainda que em menor volume.
Prevista para novembro em Belém (PA), a COP30 será a primeira Conferência do Clima da ONU realizada no coração da Amazônia. O relatório da Quaest mostra que, a poucas semanas do evento, as redes sociais brasileiras refletem menos entusiasmo e mais cobrança sobre o futuro ambiental do país.
