O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou em seu discurso de abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (23/9), a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Diante de líderes de 193 países, Lula afirmou que a decisão da Justiça brasileira representou um “recado ao mundo” contra a escalada de projetos autoritários.
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“Há poucos dias e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito. Foi investigado, indiciado e julgado com amplo direito de defesa. Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam”, disse.
O petista destacou que o julgamento simboliza a resistência das instituições brasileiras frente a pressões internas e externas. “Mesmo sob ataques sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo, depois de duas décadas de governos ditatoriais”, afirmou.
A fala ocorre em meio ao endurecimento das relações entre o Brasil e os Estados, após o país norte-americano impor sanções autoridades brasileiras em reação à condenação de Bolsonaro. Lula criticou medidas unilaterais e reforçou que a soberania nacional “não é negociável”.
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Sem citar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) Lula criticou o que chamou de “falsos patriotas” que atuam contra o próprio país. “A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável. Esta ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias. Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade”, discursou.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde março, onde atua em articulações com aliados do presidente Donald Trump para a aplicação de sanções contra autoridades brasileiras.
Ao longo do discurso, o presidente também associou o enfraquecimento do multilateralismo ao avanço de forças antidemocráticas em diferentes regiões do mundo. “Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas [...]. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, concluiu.
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A defesa da democracia, o combate à fome, a regulação da internet e as mudanças climáticas foram alguns dos assuntos abordados pelo presidente em seu discurso.
