O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), disse nesta terça-feira (5/8) que vai pautar o projeto que concede anistia “ampla, geral e irrestrita” aos condenados dos ataques do 8 de janeiro de 2023 caso o presidente da Casa, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), deixe o país para alguma agenda internacional.

“Como vice da Câmara e do Congresso, sempre busquei equilíbrio e diálogo. Sempre respeitei Motta, que tem a pauta em suas mãos. Diante dos fatos, já comuniquei que, no primeiro momento em que eu exercer a presidência plena da Câmara, quando ele se ausentar do país, irei pautar a anistia”, disse Côrtes, que ainda afirmou que o país precisa de “pacificação”.

As declarações do deputado bolsonarista foram dadas em coletiva de imprensa da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, o grupo apresentou o que foi chamado de “pacote da paz”, que ainda contém o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o fim do foro privilegiado.

As medidas foram apresentadas como resposta à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada por Moraes na noite dessa segunda-feira (4/8). Na decisão, o magistrado afirmou que Bolsonaro, réu no julgamento da trama golpista, descumpriu as medidas cautelares impostas a ele em meados de julho ao participar virtualmente das manifestações de domingo.

Bolsonaro enviou um vídeo para a manifestação de Copacabana, no Rio de Janeiro, e ainda participou do ato na Avenida Paulista, em São Paulo, em uma breve ligação de vídeo com o deputado Nikolas Ferreira (PL). O magistrado ainda citou uma publicação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em que o ex-presidente aparece em sua casa vendo vídeos das manifestações; o parlamentar chegou a apagar o vídeo.

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Segundo Flávio, o “pacote da paz” vai nortear as ações da oposição no segundo semestre no Congresso. O senador afirma que o grupo vai priorizar o impeachment de Moraes e acusa o magistrado de comandar uma estrutura judicial “paralela” para “perseguir adversários". “Ele tem que responder pelos abusos que cometeu”, disse.

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