Pesquisa realizada pela AtlasIntel, divulgada nesta terça-feira (15/7), mostra que 62,2% dos brasileiros consideram “injustificada” a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o país norte-americano. Outros 36,8% veem a medida como “justificada” e 1% não soube opinar.

O levantamento ouviu 2.841 pessoas, por meio de questionários on-line, entre os dias 11 e 13 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. 

Trump anunciou a sobretaxa na última quarta-feira, justificando a decisão pelo tratamento dado pelo governo brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por considerar a relação comercial entre os dois países “desequilibrada”.

Motivações para o tarifaço

Ao ser questionado sobre a principal motivação para a imposição da tarifa, a maior parte dos brasileiros (40,9%) atribui a medida a uma “retaliação contra a participação do Brasil no Brics”. Outros 36,9% apontam a influência da família Bolsonaro na relação com Trump como razão principal. Há ainda 16,8% que veem a decisão como retaliação contra as “decisões do STF sobre redes sociais norte-americanas”. Apenas 3,5% responderam "desejo genuíno de tornar o comércio com o Brasil mais favorável aos EUA".

Sobre a possibilidade de as novas tarifas serem consideradas uma ameaça à soberania nacional, o país aparece dividido: 50,3% afirmam que sim, enquanto 47,8% não veem assim. Outros 1,8% não souberam responder.

Quanto à resposta do governo brasileiro à sobretaxa americana, 44,8% dos entrevistados consideram a reação “adequada”. Para 27,5%, a resposta foi “agressiva”, e 25,2% julgam que foi “fraca”. Outros 2,5% não souberam opinar.

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Em resposta a Trump, Lula assinou nessa segunda-feira o decreto da Lei da Reciprocidade, que estabelece critérios de proporcionalidade para medidas de resposta a barreiras impostas a produtos e interesses nacionais.

Pela nova norma, o Brasil poderá aplicar a cidadãos e governos estrangeiros o mesmo tratamento que receber do exterior, abrangendo questões comerciais, concessão de vistos, relações econômicas e diplomáticas.

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