Lula critica Banco Central: 'Tem necessidade de manter a taxa de juros?'
Presidente criticou Banco Central por sinalizar fim do ciclo de cortes da taxa básica de juros. Lula ainda não definiu próximo nome para presidir instituição
Repórter de Política. Formado em Jornalismo pela UFMG e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da mesma instituição. Atuou como assessor parlamentar em 2021.
"O Banco Central tem necessidade de manter a taxa de juros a 10,5% quando a inflação está a 4%? O Banco Central leva em conta de que as pessoas estão tendo dificuldade de fazer financiamento?", questionou Lula crédito: EVARISTO SÁ/AFP
"O Banco Central tem necessidade de manter a taxa de juros a 10,5% quando a inflação está a 4%? O Banco Central leva em conta de que as pessoas estão tendo dificuldade de fazer financiamento? Porque é o seguinte, cara, não é culpa sequer do Banco Central, é culpa da estrutura que foi criada. Ou seja, o cara não pode ser só cuidar da inflação. Precisa cuidar do seguinte: o Banco Central vai ter um plano de meta de crescimento? Eu quero controlar a inflação, mas eu quero crescer. A gente vai alcançar para isso?", questionou o presidente Lula.
Em sua fala, Lula destacou que continua criticando a taxa de juros, mas disse que isso deveria ocorrer também por parte dos empresários do setor produtivo. "A CNI, a Fiesp, ao invés de reclamar do governo, deveriam fazer passeata contra a taxa de juros, porque são eles que estão tendo dificuldade, são ele que não conseguem crédito, não é o governo", disse.
Lula também afirmou que ainda não bateu o martelo para a escolha do próximo presidente do Banco Central, mas teceu elogios ao diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, a quem ele chamou de "altamente preparado".
"O Galípolo é um companheiro altamente preparado, conhece muito do sistema financeiro, mas eu ainda não estou pensando na questão do Banco Central. Vai chegar um momento que eu vou pensar e indicar um nome", disse.
Lula também pontuou em sua fala que não escolherá o nome pensando no mercado. "Indico o presidente do Banco Central para o Brasil. Ele vai ter que tomar conta dos interesses do Brasil. E o mercado tem que se adaptar a isso", pontuou.