Bolsonaro esteve hospedado por dois dias na embaixada da Hungria em fevereiro -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 2023)

Bolsonaro esteve hospedado por dois dias na embaixada da Hungria em fevereiro

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 2023

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar sobre liberdade na noite desta segunda-feira (25/3), durante sessão de entrega do título de cidadã paulistana à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

 

Em meio à publicação de vídeos de Bolsonaro hospedado na embaixada da Hungria após ter tido o passaporte apreendido, o ex-presidente afirmou que a sociedade durante muito tempo não deu o devido valor à liberdade. "Tem coisas que [a gente] só dá valor depois que perde", disse.

 

O ex-presidente fez um discurso rápido, segundo ele para não "retirar o brilho" da fala de Michelle. Ele se referiu a ela como a melhor e mais bonita primeira-dama do Brasil.

 

A realização do evento no Theatro Municipal foi alvo de disputa judicial.

 

Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, parlamentares do PSOL acionaram a Justiça e o Ministério Público Eleitoral de São Paulo para barrar a cerimônia de entrega do título de cidadã paulistana à ex-primeira-dama.

 

Normalmente, essas cerimônias ocorrem na própria Câmara Municipal. A justificativa dada é que o espaço legislativo não comportaria o número de convidados. O Theatro Municipal tem capacidade para 1.523 pessoas.

 

Na sexta-feira (22) à noite, a 10ª Câmara de Direito Público proibiu a realização do evento no Theatro. O desembargador Martin Vargas definiu, monocraticamente, que a cerimônia deveria ocorrer na Câmara Municipal de São Paulo, sob pena de multa de R$ 50 mil caso a determinação não fosse cumprida.

 

Ele afirmou que havia "indícios contundentes" de que a transferência do evento para o Theatro Municipal violava "os princípios da administração pública".

 

A despeito da determinação da Justiça, o vereador Rinaldi Digilio (União Brasil), autor do projeto de lei que concedeu o título a Michelle, manteve a organização do evento nesta segunda, afirmando que ainda não havia sido notificado da decisão.

 

Durante a tarde, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou que havia determinado o cumprimento imediato da ordem de intimação para impedir a realização de evento.

 

Leia também: Bolsonaro: 'Frequento embaixadas pelo país, converso com embaixadores' 

 

Digilio, então, disse que decidiu arcar, "por escolha pessoal e particular", com a quantia de R$ 100 mil pelo uso do Theatro Municipal para manter a homenagem no espaço.

 

Dias atrás, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu o fato de a prefeitura ter cedido o local para a homenagem a Michelle. Questionado, Nunes afirmou que o espaço já foi usado para uma série de outros eventos públicos e que a homenagem foi aprovada na Câmara Municipal.

 

Segundo ele, "não é salutar para a democracia" que a homenagem seja alvo de questionamento somente por se tratar da mulher de Bolsonaro. O ex-presidente declarou apoio ao emedebista na eleição municipal deste ano.