Barroso em uma aula magna na Pontifícia Universidade Católica (PUC), na capital paulista -  (crédito: Carlos Moura/SCO/STF)

Barroso em uma aula magna na Pontifícia Universidade Católica (PUC), na capital paulista

crédito: Carlos Moura/SCO/STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, em um tom descontraído, disse que é precisar descomplicar a linguagem do Judiciário.

 

Ao pedir o uso de uma escrita e fala mais simples, Barroso comparou um termo jurídico ao Kama Sutra, como forma de referenciar a complexidade. A fala do ministro ocorreu durante a aula inaugural da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), nessa segunda-feira (4/3).

 

 

Para o ministro, as pessoas falam de forma complexa, não sabem do que estão falando. "Nós, pessoal do direito, estamos lançando um pacto da linguagem de simples, que é parar com esse negócio e achar que quem fala complicado é inteligente. Geralmente quem fala complicado não sabe do que está falando. Nós já temos problemas graves no Direito, que é por vezes uma terminologia muito esquisita. Nós somos capazes de dizer coisas do tipo: ''no aforamento, havendo pluralidade de enfiteutas elege-se um cabecel''. É feio demais. Já temos embargos infringentes. Tem mútuo feneratício. Me perdoem, mas parece uma posição do Kama Sutra", disse Barroso.

 

 

O ministro ainda ressaltou que não é necessário a utilização de sinônimos extremamente complicados no juridiquês, e nem mesmo o latim, linguagem comum no Direito.

 

 

"Não é preciso chamar o recurso extraordinário de resignação derradeira. Ou habeas corpus de remédio heroico. Ou o Supremo Tribunal Federal de Pretório Excelso. (...) Se quiser usar um latim, até pode. Mas hoje em dia já está um pouco em desuso", disse.