O prefeito de BH, Fuad Noman, oficializa hoje sua candidatura à reeleição -  (crédito: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A. PRESS – 21/1/2024)

O prefeito de BH, Fuad Noman, oficializa hoje sua candidatura à reeleição

crédito: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A. PRESS – 21/1/2024

Com a oficialização da candidatura à reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), prevista para hoje, ele se junta a outros 538 nomes que podem tentar novo mandato no pleito de outubro deste ano. O número equivale a cerca de 63% dos 853 chefe dos Executivo municipal em Minas Gerais. O cenário recente mostra uma queda no número de sucessos de quem tenta manter a administração das cidades no Brasil, que está em seu pior percentual no século de acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM).

Segundo levantamento feito pela CNM, apenas 48,78% dos candidatos que tentaram a reeleição às prefeituras em 2020 conseguiram novo mandato. É a pior marca desde 2000, quando 61,92% dos que tentaram permanecer no cargo tiveram êxito. No pleito seguinte, 60,77% conseguiram a reeleição no país. Em 2008 foram 62,51%; em 2012, 62,53%; e em 2016, 49,48%.

O levantamento da CNM para 2024 aponta que, dos 853 prefeitos de Minas Gerais, 539 podem concorrer à reeleição neste ano. Não é certo que todos tentarão. O prazo para registrar oficialmente as candidaturas vai até 15 de agosto, segundo o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Neste contexto, um dos cenários mais incertos do estado é justamente o da capital.

A tentativa de recondução de Fuad balança as candidaturas de esquerda na cidade. O campo progressista tem múltiplos nomes como pré-candidatos e as chapas estão condicionadas à força do atual prefeito em tentar manter a cadeira. O Partido dos Trabalhadores (PT) já lançou o deputado federal Rogério Correia como pré-candidato; o Partido Democrático Trabalhista (PDT) faz sua aposta na deputada federal e ex-vereadora de BH Duda Salabert; enquanto isso, a federação formada pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e o Rede Sustentabilidade tem três nomes nas deputadas estaduais Bella Gonçalves (Psol), Ana Paula Siqueira (Rede) e o ex-vice-prefeito Paulo Lamac (Rede).

Por ter chegado ao cargo máximo do Executivo da capital diante da saída de Alexandre Kalil (PSD) para concorrer ao governo estadual em 2022, Fuad tem seu nome atrelado à esquerda e ao presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), de quem esteve ao lado na campanha ao Palácio do Planalto. Pela chance de recondução, o atual prefeito surge como possível amalgamador de candidaturas da esquerda. No outro espectro, a direita aposta em nomes como os deputados estaduais Bruno Engler (PL) e Mauro Tramonte (Republicanos) e o senador Carlos Viana (Podemos).


Reeleições em Minas

Nas últimas eleições municipais, 505 dos prefeitos de Minas tentaram manter o cargo. O número equivale a 59,2% de todas as cidades do estado. Deste total, 316 foram reeleitos, segundo a CNM. O percentual é de cerca de 62%, maior que a média nacional de 48,8%. Entre as dez cidades mais populosas do estado, cinco podem ter os atuais administradores tentando a recondução ao cargo. Além de BH, Juiz de Fora, na Zona da Mata, com mais de 540 mil habitantes, poderá manter Margarida Salomão no cargo.

Em Montes Claros, no Norte de Minas, Humberto Souto (Cidadania) está finalizando seu primeiro mandato, mas não sinaliza com a possibilidade de continuar no comando da cidade de cerca de 415 mil moradores, segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2020.

Em Uberaba (337 mil habitantes), no Triângulo Mineiro, a prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) pode tentar a reeleição. Já no Centro-Oeste do estado, Gleidson Azevedo (Novo), irmão do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), pode almejar reeleição em Divinópolis, de 231 mil habitantes, em disputa que pode ter como rival uma chapa orquestrada pela vice-líder da oposição na Assembleia, a deputada Lohanna França (PV).

 

Maiores cidades

Neste grupo de cidades com mais habitantes, as quatro maiores que não podem ter prefeitos concorrendo à reeleição são Uberlândia, com 713 mil moradores, e Odelmo Leão (PP) já reconduzido; Betim, com 411 mil, e Vittorio Medioli (sem partido) também na segunda gestão; Ribeirão das Neves, com 329 mil, e Junynho Martins (União Brasil) encerrando sua passagem pela prefeitura; e Governador Valadares, com 257 mil, e André Merlo (PSDB) já reeleito. Entre os 539 prefeitos mineiros que podem concorrer à reeleição em 2024, 491 são homens (91%) e 48 são mulheres (9%).

Este recorte não tem variação superior a um ponto percentual em relação às eleições a 2020 e 2016. No Brasil, são 3.031 homens podendo concorrer à reeleição em 2024 e 479 mulheres, o que configura 86% de possíveis candidaturas à recondução masculinas e 14% femininas.