Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro cantam o hino nacional em evento do PL em julho do ano passado -  (crédito: Marina Uezima/Brazil Photo Press/Folhapress)

Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro cantam o hino nacional em evento do PL em julho do ano passado

crédito: Marina Uezima/Brazil Photo Press/Folhapress

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo nesta quinta-feira (8). A arma foi localizada pela Polícia Federal durante a ação de busca e apreensão no âmbito da operação que investiga uma tentativa de golpe. 

Nesta quinta, a PF deflagrou uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e militares, incluindo os generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto e o ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos. 

Valdemar foi conduzido para a sede da PF. O diretório nacional do PL, em Brasília, também foi alvo de buscas, segundo parlamentares da sigla.

 

A PF cumpre mandados de busca e prisão contra ex-ministros de Bolsonaro e militares envolvidos na suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder. 

Um dos alvos é o próprio ex-presidente, ele terá que entregar o passaporte em 24 horas para a PF. Bolsonaro já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é alvo de diferentes outras investigações no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele está inelegível até 2030. 

Além de Valdemar, entre os alvos das medidas desta quinta-feira estão os ex-ministros general Augusto Heleno, Braga Netto e Anderson Torres. Também são alvos outros militares. 

A ação foi batizada de Tempus Veritatis e investiga uma organização criminosa que, diz a PF, atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito "para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder." 

As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito do inquérito das milícias digitais. 

Além das prisões e buscas, a PF também cumpre medidas diversas como a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas." 

São cumpridos mandados nos estados de Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná e Goiás e no Distrito Federal. 

Segundo a PF, as investigações apontam o grupo investigado se "dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital." 

Primeiro, diz a Polícia Federal, o grupo atuou para construir e propagar a versão de que havia tido fraude na eleição de 2022, "por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022." 

Em seguida, foram desenvolvidos atos concretos para "subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível."