Nikolas Ferreira votou contra projeto que dava aporte de R$ 907 milhões para obras contra enchentes -  (crédito: Redes sociais / DOUGLAS MAGNO / AFP)

Nikolas Ferreira votou contra projeto que dava aporte de R$ 907 milhões para obras contra enchentes

crédito: Redes sociais / DOUGLAS MAGNO / AFP

Após Belo Horizonte ser atingida por uma forte chuva nessa terça-feira (23/1), que deixou 39 pessoas ilhadas e derrubou 61 árvores, internautas culpam o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) pelo caos. Isso porque, em março de 2021, o parlamentar, então vereador de BH, votou contra um projeto da prefeitura que destinaria R$ 907 milhões para obras de contenção de enchentes e urbanização de ocupações no entorno da Avenida Vilarinho, na Região de Venda Nova.

Na época, Nikolas comemorou o veto da Câmara Municipal à proposta. "Derrubamos o empréstimo de 1 bilhão que a prefeitura solicitou para a Câmara. Jamais entregaria esse dinheiro nas mãos de um irresponsável como você. A cidade não é sua, Gargamel. Durma bem", escreveu Nikolas no Twitter.

A publicação foi resgatada por diversos perfis na web, que cobraram um posicionamento do deputado. “Quem mora em Belo Horizonte e votou no Nikolas lembre-se que ele ajudou a cortar verbas de combate a enchentes”, escreveu um usuário.

“Belo Horizonte enfrenta graves enchentes devido a um voto que bloqueou obras cruciais para conter as inundações. Não surpreendentemente esse voto veio de Nikolas Ferreira, ex-vereador da cidade. Seu histórico de inatividade e foco em 'mitadas' em vídeos prejudica a população”, criticou outro.

“Belo Horizonte está um caos! Lembrem sempre do Nikolas que comemorou o corte de verbas para prevenção contra chuvas. Motivo: ele não gostava do ex-prefeito Kalil”, apontou uma terceira pessoa.

“Além do Nikolas, esses bozonaristas também votaram contra a verba para contenção de enchentes em BH. Todos com o mesmo objetivo: LACRAR e impedir que Kalil ganhasse mais força para ser governador. Votaram contra a vida, contra o povo e contra a nossa cidade. COBREM de cada um”, pediu um internauta. Veja mais reações:

 

 

Relembre o caso

Para obter aval ao financiamento, a gestão de Alexandre Kalil (PSD) precisava do apoio de, no mínimo, 28 dos 41 parlamentares. Foram registrados 27 votos favoráveis, 12 manifestações contrárias e uma abstenção.

A quantia era vista como essencial para fortalecer o Programa de Redução de Riscos de Inundações e Melhorias Urbanas na Bacia do Ribeirão Isidoro. Ocupações populares como Izidora, Helena Greco, Dandara, Vitória e Rosa Leão seriam beneficiadas pelo aporte.

Em janeiro de 2022, Nikolas defendeu a decisão de votar contra o projeto. "O empréstimo de 1 bilhão de reais não iria para a Vilarinho. Não tem nem a palavra Vilarinho no projeto. Inclusive, estão concluindo as obras sem esse dinheiro. Oposição usando a tragédia para tentar queimar reputações. O nível é muito baixo", pontuou. Na época, a capital foi assolada por uma tempestade que causou comoção.

A proposta tratava da Bacia do Isidoro, composta por quatro córregos principais; um deles, o Vilarinho, que corta a avenida homônima. Daí, a relação entre a famosa via da Região Norte e o empréstimo. A bacia tem, ainda, os cursos d'água Terra Vermelha, Nado e Floresta. Apesar da decisão do Legislativo belo-horizontino, as obras seguiram.