Arthur Lira, presidente da Câmara
 -  (crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Arthur Lira, presidente da Câmara

crédito: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deu uma bronca na oposição por ofender o presidente Lula e demais autoridades durante a promulgação da reforma tributária.

 

Lula foi chamado de "cachaceiro" e "ladrão" pela oposição no plenário da Câmara, onde estavam reunidos deputados e senadores. Os gritos, no entanto, foram abafados pela base governista, que saudou o petista e gritou: "Lula, guerreiro do povo brasileiro".

 

 

Também houve gritos de "'Bora, Alckmin". Foi uma alusão ao vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB-SP), assumir à Presidência no lugar de Lula.

 

"É um dia histórico, portanto, meus amigos e minhas amigas, vamos guardar as nossas convicções para as sessões normais de plenário. Se essa presidência ainda merece, por parte dos deputados, toda consideração depositada e o respeito que eu tenho a cada um, vamos fazer o máximo possível para nos comportar com o máximo de decoro", disse Lira.

 

BATALHA DE COROS

 

O pedido de respeito não foi atendido. A oposição vaiou Lula, e os ministros Fernando Haddad (Economia) e Simone Tebet (Planejamento). Quase todos os deputados vaiando eram do PL, partido de Jair Bolsonaro.

 

O PT respondeu na hora a todas as vaias. Coros elogiosos foram entoados e abafaram as críticas.

 

Cúpula dos Poderes esteve presente. Além de Lula e Lira, também estavam na sessão o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente do STF, Roberto Barroso.

 

A proposta foi aprovada duas vezes na Câmara. O texto foi aprovado em definitivo pela Câmara na última sexta-feira (15), em vitória para o governo Lula. Em votação no mês passado, senadores alteraram o conteúdo da reforma, por isso a Câmara teve que apreciar novamente o projeto.

 

Os deputados aprovaram com boa margem de folga. No primeiro turno, foram 371 votos favoráveis e 121 contrários. Já no segundo turno o placar ficou em 365 a 118. Eram necessários ao menos 308 votos.

 

Haddad foi o responsável por negociar a reforma com o Congresso. O ministro da Fazenda articulou um texto em comum com Lira e Pacheco, além dos relatores nas duas Casas.

 

O presidente da Câmara foi o principal fiador da proposta e trabalhou para finalizar a votação ainda neste ano. Para conseguir quórum, convocou sessão semipresencial com desconto no salário de quem não votasse.

 

As mudanças só serão concluídas em 2033. Até lá, há um período de transição e de regulamentação de diversos trechos. O Executivo terá até 180 dias a partir da promulgação para enviar os projetos de lei complementar que regulamentarão a reforma.