'Poucos órgãos, poucas instituições, têm a credibilidade que o IBGE tem. Se assemelha um pouco ao papel e à credibilidade muitas vezes até que as igrejas e a religião têm na vida das pessoas, tamanha é a credibilidade do IBGE', diz Tebet -  (crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado)

'Poucos órgãos, poucas instituições, têm a credibilidade que o IBGE tem. Se assemelha um pouco ao papel e à credibilidade muitas vezes até que as igrejas e a religião têm na vida das pessoas, tamanha é a credibilidade do IBGE', diz Tebet

crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado

FOLHAPRESS - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), afirmou que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é a "casa da credibilidade" e disse que poucos órgãos se equiparam ao instituto nesse quesito. Ela também comparou o IBGE a igrejas.

 

"Poucos órgãos, poucas instituições, têm a credibilidade que o IBGE tem. Se assemelha um pouco ao papel e à credibilidade muitas vezes até que as igrejas e a religião têm na vida das pessoas, tamanha é a credibilidade do IBGE", declarou Tebet.

 

 

"Isso se deve não ao órgão, a uma estrutura de concreto, mas a cada demógrafo, a cada pesquisador, a cada supervisor, a cada diretor, a cada servidor público efetivo, concursado ou temporário que trabalha no IBGE", acrescentou.

 

A afirmação da ministra foi gravada em um vídeo exibido nesta sexta-feira (17/11) durante o 1º Encontro Diálogos IBGE 90 Anos, que reuniu servidores do instituto no Rio de Janeiro. O evento, iniciado na quinta (16/11), buscou debater diretrizes para a atuação do órgão até 2026, quando a instituição completará 90 anos.

 

A agenda ocorreu em meio a uma polêmica causada por declarações recentes do economista Marcio Pochmann, presidente do IBGE. Em outubro, ele elogiou a produção de estatísticas no Oriente, em locais como a China, o que acendeu alerta entre ex-técnicos do órgão e outros pesquisadores que veem falta de transparência do país asiático nessa área.

 

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Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Pochmann também gerou preocupação ao dizer em outubro que a comunicação adotada pelo IBGE é "do passado" e "ficou para trás".

 

Ele se referia ao modelo de entrevistas coletivas, que segue em vigor para a divulgação de pesquisas e que permite à imprensa questionar os técnicos responsáveis pelos dados. O economista ainda não participou de coletivas desde que assumiu a presidência do órgão, em agosto.

 

Governo Lula

 

No governo Lula, o IBGE está sob guarda-chuva do Ministério do Planejamento e Orçamento, comandado por Tebet. No vídeo divulgado nesta sexta, a ministra fez uma saudação a Pochmann e destacou que os dados do instituto balizam políticas públicas.

 

"Quero deixar uma mensagem bem objetiva: dizer que fico muito feliz com esse encontro, com esse diálogo que o presidente Marcio está fazendo com vocês. Porque é assim que você erra menos. Numa democracia, várias cabeças pensando, várias sugestões colocadas na mesa para extrair daí aquilo que há de melhor", disse Tebet.

 

Em um discurso no evento, que não foi aberto à imprensa, Pochmann também fez elogios ao corpo técnico do IBGE e ao trabalho desenvolvido pelo instituto.

 

"Transformar a realidade é função dos governos que a sociedade elege. O IBGE continuará sendo uma instituição de Estado, não perderá seu compromisso, sua ética, mas fará o melhor possível diante das novas tecnologias, dos novos horizontes", declarou o economista.

 

"Todos os acertos que o IBGE tiver serão responsabilidade de vocês [servidores], e os erros serão meus", acrescentou ao final da fala.