A popularização do Pix transformou as transações financeiras no Brasil e a vida da população. Embora tenha diversos benefícios, a tecnologia também abriu uma nova porta para o crime digital.

Com golpes cada vez mais personalizados, o uso de inteligência artificial e deepfakes tem elevado o nível de sofisticação das ameaças, exigindo atenção redobrada de usuários e empresas para proteger o dinheiro.

O volume de dinheiro movimentado impressiona: em 2025, o sistema transacionou mais de R$ 28 trilhões, conforme dados do Banco Central. No entanto, o crescimento veio acompanhado de um aumento nas fraudes.

Um levantamento da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP) registrou 28 milhões de golpes envolvendo o Pix entre janeiro e setembro de 2025, mostrando que a vulnerabilidade raramente está na tecnologia, mas no fator humano.

Criminosos utilizam dados públicos de pessoas e empresas para criar armadilhas personalizadas. Com o auxílio de IA generativa, é possível criar áudios e até vídeos falsos, conhecidos como deepfakes, para enganar vítimas e solicitar transferências urgentes, imitando a voz de parentes ou executivos de uma empresa.

O ponto fraco explorado pelos fraudadores está na desatenção de usuários e fornecedores com segurança frágil. Um clique em um link malicioso ou o compartilhamento de informações sem a devida checagem são suficientes para abrir brechas.

Como empresas podem reforçar a segurança

Para o ambiente corporativo, em que os prejuízos podem ser milionários, algumas medidas são fundamentais para blindar as operações com Pix:

  1. Auditar fornecedores de forma rigorosa: é preciso ir além de checklists e exigir evidências concretas de segurança de todos os parceiros conectados ao sistema de pagamentos.

  2. Treinar equipes continuamente: os ataques costumam começar por e-mail, telefone ou WhatsApp. O treinamento contra táticas de manipulação é vital para proteger acessos privilegiados.

  3. Reforçar a identidade digital: adotar controles de autenticação robustos, como biometria e análise de comportamento, especialmente para transações de alto valor.

  4. Ter um plano de resposta a incidentes: definir ações claras para agir rapidamente em caso de golpe, sabendo como interromper operações e acionar mecanismos de rastreamento para reduzir perdas.

5 dicas para proteger seu dinheiro

Para o cidadão comum, a prevenção é a melhor ferramenta. Adotar práticas simples no dia a dia reduz drasticamente o risco de cair em golpes:

  1. Nunca realize um Pix motivado por "urgência" sem antes confirmar o pedido por outro canal, como uma ligação direta para a pessoa.

  2. Sempre confira com atenção o nome completo do destinatário e a instituição financeira antes de confirmar a transferência.

  3. Desconfie de qualquer cobrança inesperada ou link de pagamento enviado por aplicativos de mensagem, como o WhatsApp.

  4. Configure limites diários e noturnos reduzidos para suas transações com Pix, ajustando os valores ao seu padrão de uso.

  5. Caso seja vítima de um golpe, acione imediatamente o Mecanismo Especial de Devolução (MED) junto ao seu banco para tentar reaver o valor.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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