Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Carla comemorou fim das sessões de terapia crédito: Reprodução / redes sociais
Um dia comum de trânsito em Atibaia (SP) se tornou um vídeo emocionante nas redes sociais. Nas imagens, motoristas e passageiros buzinam e comemoram ao cruzar com o carro da doceira Carla Dias, de 41 anos, que celebrava o fim do tratamento contra o câncer de mama. A mulher, especialista em pudins, voltou para casa em um carro decorado, anunciando que venceu a batalha contra a doença.
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Nas imagens, a empresária aparece no banco do carona de um carro decorado com balões cor-de-rosa, símbolo da campanha Outubro Rosa, acenando e sorrindo enquanto buzinas e aplausos ecoam pelas ruas. O gesto inusitado rapidamente viralizou, emocionando milhares de pessoas e inspirando quem enfrenta ou já enfrentou a doença.
“Ontem vivi um dos dias mais emocionantes da minha vida. Foram gestos, abraços e olhares que me lembraram o quanto o amor cura. Cada demonstração de carinho… de quem nunca me viu… vibrando comigo… me fez acreditar ainda mais: o ser humano tem salvação! Vencemos, gente! E seguimos firmes, com muita fé e gratidão”, escreveu Carla ao publicar o vídeo.
Em junho de 2025, Carla descobriu um nódulo no seio durante o banho. Inicialmente, não imaginava que se tratava de algo sério, mas exames de ultrassonografia e complementares confirmaram o câncer de mama. No dia 26 de junho, iniciou o tratamento com quimioterapia, enfrentando nove ciclos. Durante a batalha, ela raspou os cabelos e manteve uma rotina com exercícios físicos e passeios, estratégias que ajudaram a manter o bem-estar físico e emocional durante a jornada.
Pesquisadores brasileiros descobriram que o veneno do escorpião Brotheas amazonicus, espécie comum da região amazônica, pode se tornar um poderoso aliado no tratamento do câncer de mama. Pedro Ferreira Bisneto/iNaturalist
Os estudos foram conduzidos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Wikimedia Commons/União da Juventude Mestiça
Eles revelaram que a toxina isolada – chamada BamazScplp1 – tem ação semelhante à do quimioterápico paclitaxel, frequentemente usado no tratamento da doença. Divulgação/Thiago G. Carvalho
Os testes iniciais mostraram que essa toxina age principalmente por necrose, um mecanismo eficaz contra o câncer. Chokniti Khongchum por Pixabay
O estudo foi apresentado durante o evento FAPESP Week França, em junho de 2024. Elton Allison/Agência FAPESP
Essa pesquisa integra um esforço mais amplo, voltado para o desenvolvimento de biofármacos a partir de moléculas bioativas extraídas de venenos. Reprodução/YouTube
Além desse avanço, outras pesquisas no Brasil estão explorando substâncias de animais peçonhentos para desenvolver outros tratamentos inovadores. Reprodução do Youtube Canal Butantan
Um dos principais resultados é o selante de fibrina, uma espécie de cola biológica usada na medicina, feita com enzimas de veneno de serpentes e crioprecipitados sanguíneos. Reprodução/TV Unesp
O produto, atualmente em fase 3 de testes clínicos, tem sido avaliado para aplicações como colagem de nervos, tratamento de fraturas e recuperação de lesões medulares. Harlie Raethel/Unsplash
No Centro de Inovação Teranóstica em Câncer (CancerThera), em Campinas, outra abordagem está sendo desenvolvida: a utilização de moléculas marcadas com radioisótopos para diagnosticar e tratar o câncer simultaneamente. Divulgação
A técnica vem sendo aplicada em diversos tipos de câncer, como os de fígado, pulmão, tireoide e sarcomas, além de mielomas múltiplos. Unsplash/National Cancer Institute
O Brotheas amazonicus é uma espécie de escorpião pertencente à família Chactidae, endêmica da região amazônica, especialmente encontrada em áreas de floresta tropical no Brasil. Reprodução/YouTube
É considerado um escorpião de porte médio, com adultos medindo entre 4 e 6 centímetros. Reprodução/YouTube
Diferentemente de outras espécies mais conhecidas e temidas por seu veneno potente, como o escorpião-amarelo, o Brotheas amazonicus não representa grande perigo para os seres humanos. flickr - José Roberto Peruca
O veneno do Brotheas amazonicus é considerado de baixa toxicidade para pessoas, sendo utilizado primariamente para paralisar e capturar presas pequenas, como insetos. Artur Moes/UERJ
Este escorpião tem hábitos noturnos e vive principalmente no solo da floresta. Durante o dia, costuma se esconder sob troncos caídos, folhas e pedras. Reprodução/YouTube
Por ser um predador de invertebrados, esse escorpião desempenha um papel importante no controle de populações de insetos na floresta amazônica. Wikimedia Commons/Ythier E (2018)
Sua presença indica equilíbrio ambiental e boa conservação dos habitats onde vive, ou seja, ele é um indicador biológico relevante em estudos ecológicos e ambientais. Rogério Gribel/iNaturalist
Apesar de não ser considerado ameaçado, o desmatamento e a degradação da floresta amazônica podem impactar suas populações. Gerry van Tonder/iNaturalist
“Era tanto medo, insegurança, revolta…Eu não sabia se meu corpo aguentaria, se chegaria bem até aqui… se eu estaria viva. Mas com o tempo fui entendendo que câncer não é sentença de morte. Fui aprendendo sobre o tratamento, confiando nos médicos, fazendo as pazes com Deus… E o que vivi entre a primeira e a última quimio foi pura transformação e aprendizado”, relatou.
Mãe de duas meninas de 12 e 8 anos, Carla planeja retomar suas atividades profissionais e continuar compartilhando sua história de superação. “Cada demonstração de carinho me fez acreditar ainda mais. Vencemos, e seguimos firmes, com muita fé e gratidão”, concluiu.