Cabo Rahoney de Paula Vieira estava com uma arma apontada para um motorista quando foi alvejado pela PM -  (crédito: Reprodução/Instagram)

Cabo Rahoney de Paula Vieira estava com uma arma apontada para um motorista quando foi alvejado pela PM

crédito: Reprodução/Instagram

Um policial militar de folga, integrante do COE (Comandos e Operações Especiais) da Polícia Militar de São Paulo, foi morto a tiros na zona sul da capital paulista, na noite desta sexta-feira (29), após ser confundido com um ladrão por uma equipe da própria PM paulista.

 

De acordo com o registro oficial, uma equipe com dois policiais militares realizava patrulhamento pela Vila Andrade quando, por volta das 22h40, em uma esquina, encontraram um homem de pé, armado, de capacete, próximo de uma moto, apontando a arma para o motorista de um HB20.

 

Segundo o documento, os agentes acharam que a ação era um roubo em andamento. O soldado Bruno Henrique Matielo atirou então no homem. Após ser atingido pelo tiro, ele caiu no chão e afirmou ser um policial militar.

 

"É Mike [De Papa Mike, do código fonético internacional para as letras PM]", teria dito a vítima, conforme ficou registrado no boletim de ocorrência.

 

 

Conforme relatou na delegacia, o cabo Gildo Aparecido Amorim aproximou-se da vítima e, primeiro, encontrou um cartão de alimentação da PM e, após retirar o capacete, reconheceu o cabo Rahoney De Paula Vieira, 31, com quem havia trabalhado junto oito anos antes, no mesmo batalhão da PM.

 

Os policiais levaram imediatamente Vieira ao Hospital Hospital Israelita Albert Einstein, lugar mais próximo, mas a vítima não resistiu aos feridos e morreu.

 

O motorista do HB20, Matheus Marcelino Agripino, disse aos policiais que trabalha como motorista de aplicativo. E que, por volta das 22h30, ao aceitar uma corrida, o GPS do aplicativo começou a dar problema, recalculando várias vezes, fazendo-o dar voltas em círculos pela região.

 

Quando estava na rua Maria Jose da Conceição, aguardando o semáforo ficar verde, ele disse que esperava os veículos passarem para conseguir dar ré e virar à direita. Nesse momento, apareceu um indivíduo desconhecido, a pé, que parou ao lado dele com uma arma em punho dizendo "vai, vai, vai".

 

O motorista disse que no mesmo instante passou a ouvir disparos de arma de fogo vindo de perto, e pelo retrovisor, viu uma viatura da Polícia Militar parada atrás do veículo dele. Só depois tomou conhecimento que o indivíduo que estava na motocicleta e foi atingindo era também PM.

 

"O declarante esclarece que viu aquele indivíduo apenas no momento que ele sacou a arma, não havendo qualquer tipo de discussão de trânsito entre eles antes da abordagem", afirmou o motorista à polícia.

 

Procurada, a Secretaria da Segurança informou que tanto o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) quando a Polícia Militar, por meio de IPM (Inquérito Policial Militar), investigam todas as circunstâncias da morte do PM que pertencia ao 4º BPChq, onde fica a unidade do COE.

 

 

"O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial. Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos", finaliza a nota.

 

Na página do COE da PM nas redes sociais foi feita uma homenagem ao PM que, segundo a mensagem, agora faz parte da história do batalhão. "Somos gratos por todo legado deixado. Nesse momento de dor, unimos nossos sentimentos aos familiares e elevamos nossos pensamentos a Deus rogando-lhe que, por meio de seu grande amor, possa consolar os corações e curar as feridas dessa separação", diz.

 

O motivo da morte não é citado na homenagem.