A Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, registrou nesta quarta-feira (14/2) a fuga de dois presos – Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, de 35 e 33 anos respectivamente, mais conhecidos como "Martelo" e "Tatu".

Os condenados, que possuem larga ficha criminal por assaltos, furtos e latrocínio e têm ligações com a organização criminosa Comando Vermelho. Ambos estavam presos no Acre e foram enviados ao Nordeste após terem se envolvido em uma rebelião em julho de 2023 no presídio de segurança máxima de Rio Branco, onde foram registradas cinco mortes, sendo três por decapitações.



Martelo e Tatu foram os primeiros detentos na história a conseguir fugir do sistema penitenciário federal, cuja primeira prisão foi inaugurada em 2006.

Os dois fugitivos devem cumprir pena até 25 de setembro de 2025 no presídio, que tem 13 mil metros quadrados e conta com mais de 200 presos.

A principal suspeita, segundo apuração da Folha de S.Paulo, é que a dupla tenha utilizado materiais de uma obra para realizar a ação que terminou na fuga. Nem a presença de 200 câmeras de vídeo na penitenciária, que são monitoradas em tempo real, impediram o plano de fuga.

Uma das hipóteses é que os fugitivos teriam aberto um buraco no teto da cela e fugido durante o banho de sol. Ainda não se sabe se agentes penitenciários ou outras pessoas auxiliaram na fuga.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou que todos os equipamentos e protocolos dos presídios federais sejam revistos.

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Entre outras ordens, Lewandowski também determinou que uma equipe fosse ao Rio Grande do Norte para fazer apuração presencial e determinar ações do âmbito administrativo, que policiais federais e estaduais participem de ações conjuntas em combate ao crime organizado e na prisão dos foragidos e que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) monitores as rodovias.

O Brasil tem cinco presídios de segurança máxima federais. Além de Mossoró, há equipamentos similares em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF).

A Penitenciária Federal de Mossoró conta com a presença de outros presos famosos por serem líderes de facções, como o traficante Fernandinho Beira-Mar, líder do Comando Vermelho, que chegou ao local em janeiro deste ano; e já teve Marcinho VP, que atualmente foi enviado para a penitenciária do Mato Grosso do Sul.

Participantes do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, como Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, também estão no Rio Grande do Norte, após pedido do Ministério Público carioca. Orlando Curicica, chefe de milícia, também foi enviado para a prisão após suspeitas de envolvimento com a morte da vereadora, o que foi descartado posteriormente.


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