O youtuber norte-americano Logan Paul anunciou que pretende leiloar um dos itens mais raros do universo Pokémon: um card Pikachu Illustrator com classificação PSA 10. A peça foi comprada por Paul em 2022 por US$ 5,3 milhões – cerca de R$ 30 milhões – e será colocada à venda em um leilão previsto para fevereiro de 2026.

Em entrevista à Fox Business, o influenciador defendeu investimentos alternativos ao mercado de ações tradicional, destacando o crescimento expressivo de itens colecionáveis — especialmente franquias consolidadas como Pokémon. “É a carta Pokémon mais rara e valiosa do mundo. Pokémon, como classe de ativos, superou o mercado de ações em mais de 3.000% nos últimos 20 anos”, afirmou.

O card em questão é o Pikachu Illustrator, produzido originalmente no Japão no fim dos anos 1990 como prêmio de um concurso de ilustração promovido pela revista infantil CoroCoro Comic. Diferentemente das cartas comerciais, ele nunca foi vendido ao público. Os vencedores recebiam a peça diretamente, em cerimônias ou pelo correio, o que torna impossível saber exatamente quantos exemplares foram produzidos.

O que torna o card de Logan Paul ainda mais especial é sua classificação PSA 10 — a nota máxima concedida pela Professional Sports Authenticator. Isso significa que o card é considerado perfeito em aspectos como conservação, impressão, bordas e centralização. Até hoje, este é o único Pikachu Illustrator conhecido a receber essa nota, o que o torna praticamente único. Mesmo versões com pequenas imperfeições costumam ser vendidas por mais de US$ 80 mil (R$ 440 mil) no mercado.

A compra, inclusive, entrou para o Guinness World Records como o card Pokémon mais caro já vendido.

Nostalgia e estratégia

Durante a entrevista, Paul exibiu o card ao vivo, usando-o em um estojo cravejado de diamantes pendurado no pescoço — acessório que, segundo ele, custou cerca de US$ 75 mil (R$ 415 mil).

Paul admite que sua entrada agressiva no mercado de cartas colecionáveis só foi possível graças à fortuna acumulada após viralizar no YouTube no início da vida adulta. Hoje, seu patrimônio líquido é estimado em cerca de US$ 150 milhões (R$ 830 milhões).

“Como uma criança que cresceu jogando, eu pensava: ‘Nossa, existe um jogo de cartas colecionáveis aqui, e eu posso gastar todo o meu patrimônio com isso’. E foi exatamente o que fiz com essa carta”, contou.

Apesar do valor pago, Paul diz não ter ideia de quanto o card pode valer hoje. “Não sei. Veremos”, afirmou, sobre o leilão.

Recentemente, Logan Paul presenteou a filha de um ano, Esme, com o primeiro card Pokémon dela: um Magikarp Brilhante de Primeira Edição, também com classificação PSA 10. Avaliado em cerca de US$ 9 mil (R$ 50 mil), o card é considerado um dos mais icônicos da coleção Neo Revelation.

Um mercado volátil — e milionário

O universo das cartas Pokémon é conhecido por sua volatilidade. O valor das cartas varia de acordo com a raridade, o estado de conservação, a demanda e até reimpressões recentes. Séries modernas como Prismatic Evolutions e Expansão 151, por exemplo, tiveram que ser reimpressas devido à alta procura, mesmo contendo algumas das cartas mais desejadas da atualidade, como o Umbreon EX de arte especial — apelidado de “Sunbreon” — e o Charizard EX raro secreto.

Segundo dados do Price Charting, um Umbreon EX sem classificação pode ultrapassar US$ 1 mil (R$ 5,5 mil), enquanto um Charizard PSA 10 chega perto desse valor. Já pacotes comuns ainda em circulação custam, em média, US$ 10 (R$ 55).

Cartas antigas fora de impressão, porém, alcançam cifras muito mais altas. A segunda carta Pokémon mais cara já vendida foi um Pikachu Troféu de 1998, concedido na primeira competição internacional do Pokémon Trading Card Game. Estima-se que existam menos de 15 unidades no mundo, e uma versão PSA 10 foi vendida por US$ 444 mil (R$ 2,46 milhões) em 2023.

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A especulação no mercado também pode ser influenciada por colecionadores individuais. Um exemplo curioso é o investidor conhecido como “Rei do Kabuto”, que acumulou mais de 2.000 cópias em perfeito estado do card Kabuto de 1999, primeira edição. A concentração elevou o preço médio da carta em 971%, fazendo com que ela passasse de cerca de US$ 4 (R$ 22) para mais de US$ 40 (R$ 220) em poucos meses.

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