Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Profecia diz que cometa vai acabar com a Terra crédito: FreePik
O líder espiritual paquistanês Riaz Ahmed Gohar Shahi previu, em 2000, que o mundo acabaria em 2025. A profecia, que voltou a ganhar força nas redes sociais, diz que um cometa vai atingir a Terra até o fim do ano, no que seria “o último dia deste mundo”. No entanto, a NASA, a Agência Especial dos EUA, não detecta nenhuma ameaça.
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A previsão, considerada controversa até mesmo entre grupos religiosos, aparece no livro “A Religião de Deus”, publicado em 2000. O líder espiritual, que desapareceu misteriosamente em 2001, afirma que o impacto era esperado para ocorrer entre 20 e 25 anos após a publicação.
Segundo os seguidores de Shahi, reunidos na Fundação Messias Internacional (MFI), a colisão do cometa seria um julgamento celestial. O evento desencadearia terremotos massivos, tsunamis e um colapso social generalizado, provocado pela decadência moral da humanidade e por guerras intermináveis.
Ciência nega risco
No entanto, a realidade científica aponta para uma direção diferente. A NASA e outras agências espaciais monitoram o céu constantemente e não anunciaram nenhum objeto que represente uma ameaça iminente ao planeta. O objeto interestelar mais notável que passará pelo sistema solar em 2025, o 3I/ATLAS, estará a seguros 274 milhões de quilômetros de distância.
Asteroides que já geraram preocupação no passado, como o Apophis, foram recentemente removidos da lista de risco da agência americana após cálculos mais precisos de sua órbita.
Quem foi o autor da profecia
Riaz Ahmed Gohar Shahi fundou diversos movimentos para disseminar seus ensinamentos sobre “amor divino”. A figura, porém, sempre foi cercada de polêmicas. Ele se autoproclamou o aguardado Imam Mahdi, Jesus Cristo reencarnado e até mesmo o avatar hindu Kalki.
Essas declarações foram classificadas como heresia por muçulmanos ortodoxos e levaram a acusações de blasfêmia no Paquistão, onde seus livros e organizações foram banidos em 2000. Um ano depois, em setembro de 2001, ele desapareceu em Londres, mas os seguidores acreditam que ele apenas se escondeu do mundo.
Para dar credibilidade à sua previsão, Shahi escreveu que um fragmento do cometa já havia atingido Júpiter. A única colisão significativa com o planeta antes da publicação do livro ocorreu em 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy 9 se despedaçou e foi atraído pela gravidade de Júpiter, um evento amplamente documentado.
O líder espiritual também criticava os governos por investirem bilhões em corridas espaciais em vez de combater a pobreza. No livro, ele questionou o benefício das missões à Lua e a outros planetas, argumentando que a ganância rompeu os laços da humanidade com o divino.
De acordo com a imprensa internacional, o ressurgimento da profecia do fim do mundo chegou a influenciar fiéis a venderem todos os seus pertences, acreditando que seriam levados da Terra para escapar do Juízo Final.
No versículo 18 do capítulo 13 está escrito: “Quem tiver discernimento calcule o número da besta, pois é número do homem, e seu número é 666”. Tal referência consolidou o número como maldito.
Reprodução Youtube
No contexto teológico, 666 tornou-se sinônimo de oposição a Deus, representando poderes ou figuras que desafiam os valores cristãos, sendo frequentemente associado ao anticristo ou entidades malignas. imagem gerada por i.a
Na Idade Média, a associação de 666 com o mal foi amplificada em pregações e representações artísticas, ganhando raízes no imaginário coletivo. Uma referência ao Anticristo que foi se estendendo pelo séculos seguintes. Na foto, uma obra sobre o 666, criada pelo artista plástico inglês William Blake em 1805. domínio público
A vinculação da sequência numérica à figura apocalíptica tornou-se presente na cultura pop moderna. Um exemplo é o álbum de 1982 do Iron Maiden, chamado “The Number of the Beast” (O número da besta).
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A canção que batiza o disco da banda de heavy metal traz a leitura do texto bÃblico referente à besta na introdução.
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Na história do cinema, foram rodados filmes com referência direta ao número da besta, como “A Marca da Besta” (1972), “O Filho do Mal” (2006) e “666: A Besta” (2007).
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Produtores do filme de terror “Late Night With the Devil” (“Entrevista com o Demônio” , que está em cartaz no streaming, aproveitaram um fato referente a esse número para fazer um marketing oportuno. Divulgação
É que no segundo dia de exibição do filme nos cinemas americanos - dia 24 de março de 2024 - a arrecadação com bilheteria totalizou 666.666 dólares. Os produtores garantem que é verdade. Diante disso, usaram essa coincidência para vender a imagem do filme de terror. Divulgação
A revista Variety também divulgou que o valor informado era real e causou espanto, já que o filme trata justamente de possessão demoníaca. No primeiro fim de semana de exibição, o terror psicológico arrecadou o montante de 2,8 milhões de dólares, demonstrando que havia chegado com força ao telão.
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O custo da produção foi de dois milhões de dólares. Ou seja, logo nos primeiros dias no circuito americano o filme já obteve lucro.
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“Late Night With The Devil” recebeu 97% de aprovação dos críticos no site Rotten Tomatoes, que reúne avaliações especializadas de cinema e televisão.
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A história transcorre durante uma edição de talk-show televisivo apresentado por Jack Delroy (David Dastmalchian) no Dia das Bruxas.
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Durante uma entrevista com uma parapsicóloga e a única sobrevivente de um suicídio em massa no interior de uma igreja satânica, eventos sobrenaturais começam a acontecer. Eles impactam os presentes no estúdio e a audiência televisiva.
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Um aspecto ressaltado pela crítica foi o fato de o filme trazer reflexões sobre o impacto de comportamentos comuns na sociedade atual. Divulgação
“‘Late Night With the Devil” consegue explorar diversas ideias divertidas através de sua premissa e sua história funciona muito bem como um metáfora sobre o preço do sucesso”, destacou o “Austin Chronicle”.
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O filme foi nos cinemas no Brasil no dia 26 de setembro, pela Diamond Films. E agora pode ser visto nos canais por assinatura: Amazon Prime, Netflix, Google Play e Apple TV.
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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.