Investigação

Estudante de medicina é morto por asfixia por seguranças na Bolívia

O laudo de autópsia oficial concluiu que a causa da morte — em Santa Cruz de La Sierra, cidade a 550 quilômetros da capital La Paz — foi por asfixia mecânica por compressão toráxica, ou seja, a pessoa não conseguiu respirar devido a pressão sobre o peito

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A família do estudante de medicina Igor Rafael Oliveira Souza, 32 anos, vive momentos de angústia e pede justiça pela morte do universitário, assassinado por asfixia depois de ser imobilizado por seguranças de uma escola alemã, em Santa Cruz de La Sierra, cidade a 550 quilômetros da capital La Paz, na Bolívia, segundo informou a mãe do jovem ao Correio, a professora Neidimar Oliveira Souza. O laudo de autópsia oficial concluiu que a causa da morte foi por asfixia mecânica por compressão toráxica, ou seja, a pessoa não conseguiu respirar devido à pressão sobre o peito.

Neidimar mora no Gama e relata que o filho — nascido em Anápolis (GO) — vivia no exterior desde 2015 para cursar medicina. A troca de mensagem entre os dois era frequente, de duas a três vezes por dia, mas a mãe estranhou que, na quinta-feira passada, Igor não mandou, tampouco respondeu as mensagens. “Pedi para a ex-namorada dele ir ao apartamento ver se tinha ocorrido algo, quando soubemos da morte dele, que foi na terça-feira”, disse.

Câmeras de segurança obtidas pela família mostram Igor entrando, aparentemente nervoso, em um comércio da cidade. Os parentes acreditam que ele estava em ataque de pânico. “Estava com medo. Não sabemos se alguém estava perseguindo ele, mas ele pedia socorro. O que soubemos por pessoas de lá é que chamaram os guardas de um colégio de elite e eles o espancaram, renderam no chão e colocaram o joelho no tórax, matando meu filho”, contou a mãe.

Além de asfixia mecânica por compressão toráxica, os peritos usaram outros termos no documento: anóxia anóxica (falta de oxigênio) e asfixia mecânica por sufocação (impedimento da respiração). Os legistas descartaram sinais de fraturas na cabeça ou lesões grandes em órgãos internos.

Julgamento

A mãe informou ter recebido a notícia de que seis seguranças envolvidos no caso foram julgados e condenados a dois anos de prisão. No entanto, a Justiça boliviana só mantém a prisão em regime fechado quando ela é maior que três anos. Por isso, os suspeitos estão soltos. Neidiane desembarcou no país no domingo e afirma ter solicitado ajuda do Itamaraty para o traslado do corpo. Mesmo assim, amigos e familiares decidiram promover uma vakinha para os custos, que chega a mais de R$ 26 mil.

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A professora lamenta a morte do filho e pede por justiça. “Que investigação é essa que fizeram que em menos de 48 horas já condenaram e soltaram os envolvidos? Estou convivendo com a dor da perda do meu filho. Nada que eu fizer vai trazer ele de volta. Hoje foi o dia mais terrível da minha vida e não desejo isso a ninguém”, desabafou.

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