Morreu na tarde de quinta-feira (18/12) em Belo Horizonte (MG) a professora Lúcia Maria dos Santos Pacífico Homem, aos 90 anos. Ela foi uma das principais referências na luta pelos direitos do consumidor em Minas Gerais e no Brasil. Nos últimos dias, estava com infecção de garganta e realizava tratamento em casa. 

O velório ocorre nesta sexta-feira, de 9h às 13h, na Funeral House Afonso Pena, na Avenida Afonso Pena, 2158. O sepultamento será realizado às 15h30, no Cemitério Bom Jesus, em Congonhas (MG), na região Central do estado. 

Natural de São Gotardo (MG) , na região do Triângulo, foi fundadora e primeira presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais (MDC/MG), criado em 13 de setembro de 1983. Pacífico foi pioneira na defesa do consumidor no estado e defensora dos direitos das mulheres. A iniciativa nasceu inspirada em movimentos semelhantes da Europa e dos Estados Unidos e tornou-se uma das mais importantes organizações civis de defesa do consumidor do país.

Inicialmente denominado Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais, o MDC/MG ampliou sua atuação ao longo dos anos e, em 1997, passou a incorporar oficialmente os consumidores em sua denominação. Sob a liderança de Lúcia Pacífico, o movimento ganhou estrutura, capilaridade e reconhecimento institucional, passando a integrar o Sistema Nacional de Proteção e Defesa do Consumidor e o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor.

Lucia Pacifico Homem, presidente do MDC-MG (Movimento das Donas de Casa de Minas Gerais), fazia levantamento de precos e verificação de peso identificado nas embalagens de produtos em supermercados

EM / DA Press Paulo Filgueiras (22/08/2001)

Na esfera nacional, Pacífico coordenou uma campanha de assinaturas que resultou em uma das maiores emendas populares da Assembleia Nacional Constituinte de 1988, com cerca de 390 mil assinaturas, garantindo a inclusão da defesa do consumidor na Constituição Federal e abrindo caminho para a inserção das donas de casa no sistema da previdência social. Paífico também participou da elaboração do primeiro projeto de lei que deu origem ao Código de Defesa do Consumidor em Minas. 

Além do ativismo social, foi vereadora em Belo Horizonte por dois mandatos, período em que elaborou 28 leis municipais, ainda em vigor. Na Câmara Municipal, integrou as Comissões de Direitos Humanos e de Defesa do Consumidor, além de ter ocupado a vice-presidência da casa entre 2001 e 2002. Ela também foi deputada estadual, entre 2003 e 2007.

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Técnica em Odontologia Social e Preventiva pela Escola de Saúde Pública de Minas Gerais, também coordenou programas de saúde bucal na rede pública estadual, com foco na prevenção de cáries e na formação de professores. Ao longo da carreira, integrou conselhos e comissões de relevância nacional, como os conselhos de consumidores da Telemar e da Cemig, o Inmetro, a Funasa e o Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor.

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